Geraldo Borges
O rio pleno parou para dormir
Naqueles dias de trovão de tempestade
E suas águas continuaram a subir
Mas não eram suas águas de verdade.
. Eram as águas do céu do vilarejo
Que estavam insones caindo atormentadas
Cheio de afogados e bichos apodrecidos
. Quando as águas do rio e dos temporais
Desceram das pontes e dos telhados
E embarcaram em navios de nuvens
O rio tratou de esfregar os olhos e se acordar.
. Se espreguiçando nas curvas e reinaugurando
A cidade aluvião com um fluvial bocejo
No meio da paisagem atropelada de destroços.
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