domingo, 3 de julho de 2011

Avião e Barco de Papel


Geraldo Borges
.
O menino começou a montar
O seu pequeno avião de papel branco
Melhor dizendo, confeccionar.
Ele tinha aprendido tal arte
Com sua professora
Mas este era o primeiro que
Ele fazia sozinho em cas
Com ele ia romper o céu azul e branco
Dependendo das estações
Sentado à mesa de sua casa
Pois estava de férias
Dava forma ao seu engenho
Rápido o avião estava fabricado.

ii

O piloto era ele mesmo
Agora só restava voar
Atirou o avião no espaço
A nave deu uma pirueta
E não voou muito caiu no chão
Mesmo assim ficou satisfeito.

iii

Agora faria um navio
Ou melhor, transformaria
O avião em um barco
Que finalmente não deixa de ser
A mesma coisa, tudo é nave
Tudo navega, na água e no espaço.

iv

Aí o menino com as mesmas mãos
E a mesma matéria do avião
Criou o seu navio.

v

O problema agora era ser o seu piloto
E botá-lo para navegar
Como na imaginação
Do menino tudo pode
Começou a chover
A chuva foi grossa
E o rego da calçada encheu
Virou riacho
Aí o menino
Logo terminou a chuva
Foi para a porta da rua
E colocou o seu navio ao mar
O navio enfunou as velas
E desceu rápido na corrente fluvial
Até que caiu num buraco negro de um esgoto
Esta foi a primeira experiência do menino engenheiro.

vi

Muito mais tarde
Quando saiu da infância
Leu em um poeta que navegar era preciso
Foi quando se deu conta
Não sabia mais fazer aviões
Nem barquinhos de papel.

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