domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Piauinauta



para Edmar Oliveira
.

latente
à espreita
adentra soturno
as veredas do céu
.
a cidade é plena
o mar absoluto
as luzes se derramam como estrelas
.
divaga maneiro
revoar de asa
na cidade maravilhosa

.
(João Carvalho)

PARA AUMENTAR O MEDO DE AVIÃO EM QUEM JÁ TEM

Edmar Oliveira


Esquisito o comportamento dos passageiros de avião no Brasil. Reclama-se dos atrasos, das escalas, do aperto entre os bancos, do serviço de bordo, mas não interessa a ninguém que marca e modelo de avião faz o vôo. Logo o povo que se acha o mais entendido em carros. Até a senhorinha que vai ao consultório exige um táxi que não seja um Santana, carro velho e fora de linha. Pede um Meriva mais moderno. De carro, todo mundo sabe a variedade de marcas e modelos. E o valor diferencial que tem uma passagem entre eles. No avião não. Parece até que são todos iguais e ninguém reclama se entra num Boeing 727 ou 737. Parece que lá em cima é tudo igual.
.

Pois não é, não. Falando da Boeing, o 727 é das décadas de cinquenta a sessenta e foi substituído em setenta pelo 737. Mas tanto naquele, como nesse, há variações de modelos segundo o ano e gerações de incorporação de novas tecnologias. 737-300, 400, 500, 700, 800, 900, cada derivação desta incorpora novas tecnologias e foi fabricado em tempo posterior ao outro. Corresponderia ao modelo de ano do carro a ser comprado ou alugado. Os Boeings americanos se impuseram no Brasil desde os tempos dos Douglas da Panair (pra quem já tem cabelos brancos). O DC-3, por anos ancorado no aterro do Flamengo e agora no museu do avião é o precursor do DC-10, aquele gigante de três turbinas e dois andares, mas já fora de linha desde que a Douglas foi incorporada à Boeing. Os 737 se impuseram nos vôos domésticos em vários paises. Os 747 ou 767 e, recentemente, o 777 são grandes aviões para vôos internacionais. Mas fora os gigantes intercontinentais, os automóveis médios da Boeing são os 737. Mas vêm sendo substituídos por novas gerações desde o 300 ao moderno 900. Portanto não é a mesma coisa voar num ou noutro. E até o preço das passagens deveriam ser diferenciadas por modelo, o que não é. A mim interessa saber se vou num mais novo ou numa sucata velha. A sucata da presidência, que o Lula substituiu por um moderno e foi bastante criticado, era um 707, do final da década de quarenta.

.

A linha Boeing é de uma grande companhia brasileira. A outra grande viaja com aviões franceses, Airbus, também nos modelos 318, 319, 320, 330, 340. Esses dois últimos são para vôos internacionais e o 330 foi o da Air France que caiu no Atlântico há dois anos. Antes essa companhia brasileira viajava com Fokker 100 e outros modelos, que de tanto caírem e serem caros na manutenção foram substituídos. Os Airbus são todos novos e só variam no tamanho. Têm um problema para os “psicos” da aviação, como eu. São todos comandados por computadores e os pilotos trabalham com comandos tipo joyticks dos jogos eletrônicos. Me sinto aqui muito mais inseguro e vejo se o piloto é novo para saber lidar com esses comandos (na Boeing prefiro os pilotos velhos). Foi por isso que um Airbus se espatifou em Congonhas (o avião tinha problema no reverso, mas o joystick não foi acionado a contento para frear os motores).

.

Pois assim tem companhias que viajam com os velhos aviões comprados das grandes. Conheço uma que só tem 737-300. Outra que ainda voa com os 727 de 1960. E mais uma outra que opera com os velhos Fokkers alemães. Mesmo assim os aviões são muitos seguros. Como são caros, e são segurados, eles voam até caírem (raras exceções). Nossa sorte é que os mais velhos são vendidos para países mais pobres.

.

Mas o risco da queda e a qualidade do vôo estão sujeito ao modelo. Prefiro voar num moderno ônibus da Cometa que numa Kombi com asas da Fokker. Embora uma atrapalhação nos modernos computadores possa fazer cair um avião de última geração.

.

Voar é para os pássaros...




Carpete de Cordas



Graça Vilhena

.

a tarde sopra aquele instante

que o tempo não deixa envelhecer

tento soltar a lembrança

que bate nas paredes

feito pássaro preso na sala

.

os dias são feitos

de um longe esquecer

de tua poeira que me sufoca

tão ainda à porta

no carpete de corda




___________________

Graça, voltando a nos iluminar na graça de sua poesia.

Costume antigo



Esta rara e pouco conhecida aquarela foi feita pelo artista francês Jean Baptiste Debret entre 1817/29 e consta do belo livro de Pedro Correia do Lago "Debret e o Brasil", lançado recentemente pela Editora Capivara, onde são reproduzidas mais de 1.300 obras de Debret, muitas delas inéditas.
É este o primeiro registro iconográfico de um mau hábito carioca, o de urinar na rua, onde bem lhe aprouver.
A aquarela pertence a Jean Boguici.
Nenhum artista tratou desse tema, infelizmente tão atual.

Anexo um texto sobre nossos porcos e velhos hábitos.

COPROLOGIA HISTÓRICA
Recentemente, a subprefeitura do Centro lançou uma campanha de mudança dos costumes muito boa. A municipalidade gasta verdadeiras fortunas com a limpeza e remoção de excrementos e urina dos logradouros do Rio. A falta de educação de alguns, aliada também à falta de bons banheiros públicos, generalizou o costume incivilizado de parte da população carioca se desobrigar atrás de todas as árvores, postes, esquinas e monumentos públicos da cidade. A campanha contará com cartazes moralistas relatando que “...esta não era a educação que seus pais lhe deram”. Apesar de a medida ser altamente meritória e necessária, os dizerem não encontram respaldo na história.
Com efeito, não são poucos os viajantes que se referem à sujeira das ruas do Centro do Rio no início do século XIX. As casas não tinham banheiros. No máximo, uma “casinha” no quintal, cuja fossa era limpa à noite por um escravo, o qual recolhia o conteúdo em tonéis de barro e depois conduzia esse “cabungo” na cabeça até a praia ou terreno baldio mais próximo, onde era feito o despejo. Como, freqüentemente, esse tonel vazava e tingia o infeliz de malcheirosas manchas, o povo apelidava esses pobres escravos de “tigres”.
A urina, por sua vez, era despejada das janelas das casas em urinóis, em plena rua. Uma lei de 1776 obrigava apenas ao arremessante a bradar antes a advertência: “água vai!”.

Quanto ao povo, este se desobrigava em qualquer lugar. Não existiam pudores ou restrições. Afinal de contas, eram poucas as mulheres que saíam às ruas e, quando saíam, era aos domingos, e sempre acompanhadas de seus maridos ou pais. Nas ruas do Rio, no dia-a-dia de 1800, somente homens e escravos perambulavam. Para piorar a situação, o mau exemplo vinha de cima. Vinha do próprio Rei!
D. João VI comia muito, muito e mal. Diabético e doente, nem por isso se continha à mesa, devorando, por vezes, de quatro a seis frangos por refeição. Quando o Rei partia do Palácio de São Cristóvão em direção ao Centro, em sua carruagem não poderiam faltar um urinol, penico e os respectivos criados responsáveis pela sua higiene. No trajeto, a carruagem parava ao menos duas vezes. Quando era a vez do Rei “obrar”, a carruagem estancava, um criado montava o “trono” portátil e a guarda cercava Sua Majestade, impedindo os curiosos de ali passar. D. João sofria de flatulência, soltando gazes em todas as ocasiões, solenes ou não. Coitado do criado que esboçasse um riso ou gracejo. Seria cortado do serviço no Paço!

Vieira Fazenda, historiador carioca, relata o caso duma procissão de Corpus Christi em que o Rei arriscou um flato e este veio “acompanhado”; o que obrigou D. João a correr para uma casa na Rua Direita (atual Primeiro de Março), atrás de um “trono”. D. Pedro I herdou esse problema. A diarréia histórica mais famosa que conhecemos é a que acometeu o Príncipe, às margens do Riacho Ipiranga, em São Paulo , a 7 de setembro de 1822. Os historiadores citam que a viagem se retardara muito porque D. Pedro tinha de “...se apear do cavalo de meia em meia hora para obrar”. Estava nessa situação quando o correio Paulo Bregaro lhe entregou as cartas do Conselho de Estado, que pediam nossa Independência. D. Pedro se conteve como pôde, reuniu a guarda, informou-os da situação e deu o famoso brado que nos libertou de Portugal.
Em 1824, D. Pedro I assistia a uma parada dos soldados mercenários alemães na Fortaleza da Praia Vermelha, quando pediu desculpa aos oficiais, se agachou perto dum muro e “obrou” na frente dos embasbacados militares. Um desses militares alemães escreveu um diário onde relata que, quando ainda jovem, o Príncipe D. Pedro costumava urinar do alto da varanda do Palácio de São Cristóvão nos soldados que passavam embaixo. Nas cartas que enviou à sua amante, Marquesa de Santos, D. Pedro cita por várias vezes seus problemas gástricos. Numa missiva do Imperador datada de 13 de dezembro de 1827, existente no acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ele conta que “...Cheguei à casa, tomei a tisana (remédio) e obrei até agora cinco vezes e muito.” Noutra carta, esta sem data, mas igualmente da coleção do IHGB, ele conta que “...Eu não passei muito bem... ...depois obrei e agora estou perfeitamente bom...” Nem todas as cartas de D. Pedro eram assim. Numa delas, datável de julho de 1826, ele até escreveu no envelope um poema à sua amada:

“Este lindo passarinho canta,”
“brinca, pica e fura,”
“mas quando torna a repicar,”
“é mais doce a pica dura.”


A Marquesa era até informada dos problemas coprológicos das filhas do Imperador. Na carta datada de 23 de setembro de 1827, da coleção Caio de Mello Franco, D. Pedro relatava que a filha de ambos, Duquesa de Goiás, “...tomou um purgante de óleo de mamona, com que obrou três vezes e deitou uma lombriga.”

Afinal, no meio dessa literatura “tão romântica”, D. Pedro pediu perdão à sua Marquesa pelos assuntos tão particulares assim relatados, justificando-se, na carta de 13 de dezembro de 1827, de que nele “A fruta é fina, posto que a casca seja grossa”.

Portanto, se a subprefeitura for contar com a educação de nossos antepassados, - estamos roubados!


Milton de Mendonça Teixeira (HISTORIADOR)

___________________

Garimpado na Internet por Henrique Lira. Afora as cagadas da corte, a falta de banheiros públicos sempre foi notória no Rio. Diferente da Roma antiga. Os banheiros químicos da Prefeitura são para eventos e vocês já viram a fila que faz? Os da minha idade, com a próstata aumentada, se mijam antes de chegar ao banheiro. Só me inveja o guarda-sol...

dois pesos

Ana Cecília Salis



Medidas

Reparem...

Mulheres de meia idade...
As felizes,
e seguras do amor de um homem

Estão gordas...

Os urubus estão no ar


1000TON


Ele está lá, fedendo... O aspecto é por demais repugnante. A catinga espalha-se por todos os cantos desse gigante pela própria natureza, aguardando enterro.



Este cadáver apodrecido e insepulto já teve seus momentos de pompa e circunstância, de alçar GRANDES VOOS na história desse país.



No entanto, sua existência deixou macabras e inesquecíveis cicatrizes: conspirou, articulou, implantou e apoiou o derramar de sangue dos filhos deste solo, pelos risonhos lindos campos de flores e pelos nossos bosques cheios de vida.



Certo dia um CORVO assaz falante, ardiloso e com muita sede de poder tramou um golpe bem urdido, mancomunado com aves de rapina, trajando uniformes da cor do PAPAGAIO, para tomar o governo de assalto,



O sol da liberdade em raios fúlgidos deixou de brilhar no céu da pátria nesse instante. Seguiu-se um longo período de tristeza e de trevas. As aves que aqui gorjeavam, silenciaram. Pipilos, chilreios, os belos cantares da SABIÁ emudeceram.



ÁGUIAS, empedernidas, cheias de medalhas no peito, passaram a comandar com punhos de ferro, com seus fuzis e seus canhões, o reino da passarada.



Para acobertar as prisões sumárias e todas as injustiças colocaram como Ministro da Justiça um poderoso FALCÃO. Na linha de frente, no Parlamento, contavam com um truculento CARCARÁ que veio da Bahia. Como Ministro da Educação nomearam um hipócrita PASSARINHO que mandou, friamente, a democracia às favas.



Enquanto se comemorava a vitória mundial da seleção de futebol CANARINHO, nos porões da ditadura implantada, a truculência aumentava cada vez mais, encoberta por um GAVIÃO majestosamente vil, da raça ‘garrastazú”.



Aves que se rebelassem, com seus cantares de revolta, eram retiradas à força de seus próprios ninhos e conduzidas pelas GARÇAS Armadas direto para a gaiola, De lá, depois de terem passado por todo o tipo de privação, muito machucadas, após sofrerem brutais torturas, de asas quebradas, sem poderem mais voar, ou já mortas, poderosos CONDORES eram encarregados de jogá-las em alto mar.



Assim se passou um quarto de século.



Agora ele está lá... Aquela matéria pútrida fica ali, jogada ao léu. Tentam aproveitar-se dela, como gororoba, agitados ABUTRES..



Um pomposo URUBU-REI, quando viu a sanha das negras aves em cima da carcaça abandonada, espantou-as com vigor. Levou no bico para longe dali os restos mortais e, com um ar solene, enterro-os.



Formosas SAÍRAS de sete cores presenciaram a cena, escondidas numa frondosa árvore. Acharam por bem convocar toda a passarada e propor um dia de comemorações. Foi providenciada uma lápide para simbolizar a restauração da liberdade. Em seguida todos aprovaram a iniciativa de instituir-se “O DIA DO VOO LIVRE”.



Na pedra do túmulo foram gravados os seguintes dizeres: ”AQUI JAZ, PARA SEMPRE, O GOLPE MILITAR E O DEMO, EX-PFL, EX- PDS, EX-ARENA, EX UDN”.

.


(O 31 de março vem por aí. Admiremos e exultemos o voar belo e livre dos pássaros, simbolizando o nosso orgulho de haver enterrado uma ditadura truculenta que, além de tantas outras perversidades, mutilou e matou muitos dos nossos irmãos brasileiros)

5 - O amor e a hierarquia dos órgãos e membros




Outro poema do livro inédito "Lingerie" de Durvalino Couto. Click na imagem para ampliar e ler o poema.

A ciência do Feijão de Corda



Universidade Federal do Ceará desenvolve vacina para a Dengue a partir do Feijão de Corda:


"Para conseguir chegar ao produto final, os pesquisadores do Doutorado em Biotecnologia da UECE utilizaram o feijão de corda (vigna unguiculata) como suporte. Os cientistas injetaram genes dos vírus de dengue na planta, que desenvolveu proteínas capazes de ativar a resposta imunológica no ser humano. Depois dessa fase, as proteínas são isoladas e retiradas da planta para serem usadas na fabricação da vacina"


E o Piauinauta explica: foi só substituir o Gorgulho pelo Vírus!


Porque não me ufano do meu país

Geraldo Borges



Sinceramente, caro leitor, é claro que o Brasil tem muitas riquezas naturais. Já teve muito mais. Mas os devoradores e depredadores homens sapiens são insaciáveis. Hoje olhando para um lado e outro não encontro nada que me faça ufano pelo meu pais. Desullpe- me o conde Afonso Celso, que tanto se ufanou do nosso pais, que tem uma paisagem tão linda e, por cima, não tem ameaça de vulcões. Mas tem coisa pior, política e economicamente é um pais corrupto. A maioria de seus dirigentes não são de confiança. Como em sã consciência vou me ufanar de meu país. A leitura do livro de Afonso Celso hoje seria uma grande piada. Como é que eu vou me orgulhar de meu país sabendo que a maioria de seu povo é analfabeto funcional, e que muitas crianças estão fora da escola? E a maioria dos alfabetizados não ler. .


Quando eu era menino eu me orgulhava de meu país, tinha ímpetos ufanistas, e cantava muitos hinos patrióticos, que é o que não falta em nosso pais.Mas, me curei. Como é que eu posso agora me ufanar de meu país? Que verbo grosseiro. Ufa. Por mais que me esforce não vejo razão para meter a mão no fogo por minha republica. Uma pátria que fala em liberdade e obriga os jovens a servir as Forças Armadas, e mantém o voto obrigatório, ameaçando quem não comparece as urnas.


Como vou me orgulhar de um país que deixa a sua população morrer afogada, soterrada, nas ribanceiras das encostas vitima de alagamento de chuvas abundantes, quando a ciência tem meios de prever as chuvas e as suas conseqüências. E de pratico não move uma palha, a não ser depois que as portas estão arrobadas e as casas desaparecem. Como vou me orgulhar de um país assim? Pobre pátria distraída. Esfolada por devassos de colarinho branco.. Não consigo entender as pessoas que se dizem orgulhosas, cheias de ufanismo, pela nossa república, que já foi velha e hoje está decrépita, se precipitando cada vez mais por caminhos sinistros. Esconjuro os ufanistas de plantão. Eles me dão náusea.


Não faço parte da legião de incensadores do Poder, não bato palmas para os homens de colarinho branco, estes, com certeza têm alguma coisa na algibeira para se orgulharem de seu país. Eu não participo de seus banquetes, não troco flertes com suas mulheres. Quando sei que as ruas estão cheias de menores abandonados, e meninas viciadas, de jovens subtraídas à prostituição. E atrás de tudo isso o sorriso meloso e falos das autoridades. Seguramente quem se orgulha de uma nação como a nossa vitima da danação, do desperdício, da exuberância mal digerida? Volto a repeti. Não me ufano de meu país Se Afonso Celso voltasse, talvez não continuasse se ufanando tanto assim de seu pais.Talvez se arrependesse da redação de seu livro.E o considerasse apócrifo.


Nada mesma para se orgulhar deste país? Considerando a pergunta sobre outro ângulo, eu diria. Orgulho-me de ser brasileiro. Se tivesse a graça de voltar de novo ao mundo e pudesse escolher o meu lugar de origem, retornaria ao Brasil. Escolheria a região Nordeste, para nascer e morrer ao som do mar sob o sol luminoso das nossas praias, que, não sei, se, nesse tempo, ainda serão viáveis, ou estarão submersas de petróleo.


Não é do meu país do seu povo, do seu território, que não me ufano, disso me orgulho.E faço alarde O nosso povo leva tudo no samba, no futebol, na piada, no humor, no carnaval, é uma maneira de relaxar, festa. Uma resposta, através da arte, aos poderosos. Orgulho – me da nossa literatura, de obras primas como Os Sertões, de Euclides da Cunha, de um mural paisagístico narrativo cheio de religiosidade e valentia, de romance como Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, de Vidas Secas de Graciliano Ramos, um retrato cruel do latifúndio que ainda marca a nossa paisagem regional, dentro de uma nova republica que se diz moderna mas incapaz de fazer uma reforma agrária.expondo as intempéries uma legião de camponeses à beira das esstradas. ..


O ufanismo barato continua a bater no peito de muita gente. Precisamente agora que estamos nos aproximando de eventos esportivos espetaculares, que vão alçar o Brasil nos píncaros da mídia. A contagem regressiva já começou. E daqui a pouco estaremos cantando, Dom e Ravel de novo. Brasil eu te amo. Ou, então, o hino Pra Frente Brasil Noventa Milhões em ação Salve a Seleção..Mas, uma nação dividida, como a nossa, no momento não tem condições de cantar junto.E mesmo que cante a maioria não entende o ritmo da musica e desafina. È o que está acontecendo. O Brasil está sob o diapasão do samba do crioulo doido...



Anjo do Mafuá




Foto e poema de Paulo Tabatinga. Gabriel Archanjo é o autor da capa de "von Meduna" que repito aqui para apreciação do trabalho do artista:


.


Depressões

Luiz Horário



Não, inocente leitor, não tente entender as premiações literárias. Critério é palavra sem prestígio nesse território onde a política, o compadrismo e o jogo de interesses ditam regras.



Eis que Herta Muller vence o Nobel de 2009 nem assim sua obra merece atenção, Chico Buarque, cuidado, ele é candidatíssimo ao Nobel; tem assessoria de imprensa muito,mas muito mais eficiente.



Pois bem, Depressões é o livro de Herta Muller em questão, seu primeiro livro, agora lançado com o estardalhaço garantido pelo prêmio. Mas antes, bem antes,2004, a mesma editora publicou O compromisso, misto de viagem no tempo,onde a autora mostra algumas chagas do comunismo, e crônica do tédio,o mais fétido dejeto do regime. Resta no entanto uma alternativa: denunciar. Denunciar o parente, o vizinho, o colega inimigo do comunismo. Equívoco do resenhista, perdoe, ainda resta outra alternativa: o álcool.



Em Depressões, ávido leitor, você encontrará mais, mas muito mais, do mesmo. Herta Muller, embora mais pragmática, lembra Saramago em suas repetições: comunismo, comunismo, o português - Ceaucescu, Ceaucescu, a romena.



A obra de Herta combate o que tanto Saramago defende em seus livros, defendia em seus discursos, o comunismo.



O comunismo, seja o propagandeado por Saramago, seja o denunciado por Herta tem como característica primeira o talento para humilhar o povo,segue-se uma avalanche de adversidades que vão do atraso, em todos os sentidos à fome e perda de liberdade.



Em Depressões, alto lá psicólogos, o leitor não encontrará a depressão propriamente dita, tampouco sofrerá da mesma após a leitura, mas não garanto que evitará a decepção. Isso mesmo, decepção. Depressões beira a ingenuidade, a impressão que chega ao leitor é que a autora escreve com timidez, ou quem sabe medo. Questiona, questiona, mas se posiciona? Transfere ao leitor a responsabilidade. Sei que já a compararam a Graciliano Ramos, basta um falar para a fila dos papagaios logo aumentar. O nefasto exagero de metáforas da romena,serve para amenizar a gravidade da temática, infelizmente, deixa o alagoano no chinelo nesse quesito. Concordo que ambos sejam secos, diretos, sem rodeios,quando ela deixa de lado as metáforas, bien sûr, em suas frases, mas comparar o cenário de Graciliano com o vazio, a falta de sentido, criados por um regime totalitário é um exagero e tanto. Sem esquecer que Graciliano filiou-se ao Partido Comunista em 1945.



E para ser bem claro, a obra de Graciliano é muito superior. Mas não esqueça, quem ganhará o Nobel será Chico Buarque.



Depressões é um livro paradoxal, quase impossível decifrar as intenções da autora, apesar da repetição temática, o fato de apresentar, se preferir, politizado leitor; denunciar o regime de Ceaucescu, Herta Muller não economizou poesia, faz lembrar contos de fadas tamanha a maestria com que a autora conseguiu açucarar a narrativa.



O ambiente é rural, personagens sem nomes, vilas, cidades sem nomes, não há datas, não há referências, onirico em excesso, aqui sim o banal é banalizado.



Em Depressões uma jovem faz o papel de narradora, narra a vida da sua aldeia, o cotidiano de sua família, dentro dos limites do socialismo, cooperativas estatais e o cultivo de milho e a pecuária rudimentar.



Desse modelo emana a óbvia ausência de liberdade e a consequente falta de amor,de perspectivas.



Impera a brutalidade, crianças tem no espancamento o mais moderno método pedagógico, casais pouco se respeitam, o pai da narradora trai, espanca e se embriaga. A mulher sem ter a quem recorrer busca conforto nas lágrimas, nas suas lágrimas. O amanhã virá, há de vir. E virá. Igual.



O que resta à comunidade? Tudo. Pensando melhor, tudo. O vazio, o vazio a ser preenchido, tarefa para a qual faz falta a ferramenta mais importante, a liberdade.



A rotina triste de uma comunidade, o leão enjaulado, dia sim dia também andando de lado pro outro atrás das grades.



O que fazer, o que esperar? Comer, dormir, envelhecer, morrer...



O socialismo que a todos consegue nivelar com extrema facilidade, basta tirar a liberdade. Pena Herta Muller ter deixado a história tão colorida! Vou reler Saint-Exupéry.



Depressões, não chega a ser ruim,Esperando Godot é muito melhor.





Consulta

Cineas Santos

.

A linha principal não leva a nada:
é débil, sinuosa, mal traçada...
A outra, paralela, é que te faz assim:
alheio a tudo, mergulhado em ti.
O mais é tão confuso, meu menino,
que não aposto um vintém em teu destino!
.
Mas há algo que a vidente não quis ver:
( tão evidente!)
esta linha transversa que me liga a você
*

Filmes: Mogambo


Gervásio Castro

.


No dia 01 de fevereiro de 1901, em Cadiz, Ohio, EEUU, sem o famoso bigode, veio ao mundo William Clark Gable. Era filho do alemão, fazendeiro e perfurador de petróleo, William Henry Gable e da irlandesa Adeline Hepshelman, que viria a falecer poucos messes depois do seu nascimento. Na verdade o sobrenome do pai de Clark era Goebel, mas , na terra do Tio Sam, virou Gable. Na época em que começou a fazer sucesso, a MGM espalhou o boato que ele era descendente de holandeses e irlandeses, devido à ascendência do nazismo. Temia que seu nome fosse associado ao de Joseph Goebbels.


Foi a ex-atriz Josephine Dillon, 14 anos mais velha que ele, que pagou pra arrumar seus dentes, mudou seu penteado, enfim, cuidou pra que ele passasse por uma lanternagem geral. Em 1924 levou-o pra Hollywood e em 13 de dezembro, do mesmo ano, ao altar.


Em 1930, como o cara não emplacava, dona Josephine resolveu investir pesado e bancou, em Los Angeles, a peça The Last Mile. O maridão, claro, encabeçava o elenco. Carece de confirmação a notícia de que Lady Dillon bancou também a crítica. O fato é que o trabalho de Clark foi muito elogiado, o que lhe rendeu vários testes para o cinema. Um deles ficou famoso. Foi quando Darryl F. Zanuck o testou para o papel de "Little Caesar" e o rejeitou, alegando: "Não serve para o Cinema. As orelhas são grandes e se parece com um macaco". Nosso herói não se abalou e, de galho em galho, acabou alcançando o sucesso. Contou com o apoio de Louis B.Mayer e Howard Strickling que tiveram a idéia de lançar um novo tipo de galã: cínico, dominador e com sex-appeal agressivo. Em 1930 trocou Josephine Dillon por Rhea Franklin Prentiss Lucas Langhame, uma rica socialite do Texas, 17 anos mais velha do que ele. Decididamente o “Rei de Hollywood” era chegado a uma “coroa”. Rica, naturalmente. O divórcio veio em 1939. Menos de um mês depois casou-se com Carole Lombard, em 29 de março, em Kingman, no Arizona. O falecimento de Carole, em janeiro de 1942 num acidente aéreo abalou Clark pro resto da vida. Segundo Esther Williams ele nunca mais foi o mesmo.


Suas duas últimas esposas foram Silvia Ashley e Kathleen Williams Spreckles, 15 anos mais nova. Mr.Gable tinha, então, 54 primaveras, e não se sentia atraído por mulheres mais velhas. É compreensível.


Serviu como voluntário na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.Era o ator preferido de Adolf Hitler que, ao saber de sua presença no front, ofereceu uma recompensa pela sua captura.


Atuou em 67 filmes, entre os quais Mogambo (1953), com direção de John Ford, uma refilmagem de Red Dust (1932) em que também foi protagonista. Interpreta Victor Marswell, um caçador que tinha algum parafuso solto, pois , ao ser assediado pela antiga amante Eloise (Ava Gardner), não quer muita conversa com ela. Está ocupado organizando um safári para levar um casal à região dos gorilas selvagens, onde pretendem realizar um documentário. Linda (Grace Kely), a mulher do cinegrafista, se apaixona por Victor e quer deixar o marido. O caldo engrossa quando a desprezada Enoise saca o lance, sobe nas tamancas e...
Bom, veja o filme, se conseguir encontrar uma cópia.


Clark Gable faleceu em Los Angeles, California, no dia 16 de novembro de 1960.



poemicro

TALVEZ UM CAMINHO

A gente deve imitar, imitar
Até atingir a originalidade

(Climério Ferreira)

Antes e depois




Também ficamos velhinhos.


Garimpado por Cândido Espinheira na internet.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Uma curtinha do Conciliábulo

Edmar Oliveira


Voltei ao Conciliábulo. Além de ganhar o novo livro do Garrincha (Peladas & Peladeiros) fui sorteado com uma cópia nova de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” do Glauber. E ouvi muitas histórias da terra.

Essa última acontece numa cidade do interior (que eu não digo o nome para não ferir suscetibilidades). Precisamente na Câmara dos Vereadores local.

Um edil, discursando sobre um desafeto, vosiferava: "Vossa exelência se anuncia democrata, mas não hastia a bandeira, da cidade, do Estado, sequer a nacional".

O atingido, pedindo um aparte ao nobre colega, provocou: “Não é hastia, meu nobre e ignorante colega. A frase que o ilustre vereador quer dizer é ‘Hasteia a bandeira’. As tias são as irmãs de vossa mãe".

O edil governista, injuriado com a ofensa, revidou: “Desculpe, nobre jumentício vereador, mas ‘as teias’ é o que cobre a vossa casa”.
.

Dizem que as ofensas terminaram em pancadaria e o recinto foi evacuado. Nos bares se discute até hoje, qual dois era o mais burro...

Outra

Edmar Oliveira



Ô lugar pra se contar história, esse Conciliábulo.


O Tadeu contou outra de Oeiras, a antiga capital que é famosa por seus loucos, poetas, escritores e humoristas, além dos políticos, sendo de lá o ex-governador e atual Senador Wellington Dias.


Vinha um camioneiro faminto e estacionou seu caminhão na porta de um estabelecimento na entrada de Oeiras, onde se lia: “Churrascaria Gaúcha”. O famélico gringo, das bandas do sul entrou apressado, se abolefou na mesa e pediu um churrasco com tudo que tinha direito. O garçom disse que não tinha, mas que tinha capote, panelada, mão de vaca, galinha ou sarapatel. O gringo esmurrou a mesa injuriado:


- Mas como não tem churrasco. Isso aqui não é uma churrascaria? Chame o dono dessa birosca.


Explicando aos berros sua argumentação e já pronto pra briga, foi convidado, calmamente, pelo dono do estabelecimento para vir com ele até a calçada e falou:


- O meu empregado já disse que tem tudo só não churrasco.


- Como não se aqui é churrascaria. É por isso que eu estou bravo.


O dono, mansamente, querendo acalmar o freguês se saiu com essa apontando para uma loja do outro lado da rua:


- Tá vendo ali: Casa Leão. Vai ver se tem leão lá dentro...



Mais duas

Edmar Oliveira

.

Por falar no Senador Welligton Dias, da última vez que fui à terra, acompanhar a impressão do meu livro sobre von Meduna, no aeroporto de Brasília encontrei o político piauiense.


Coincidentemente fizemos o mesmo vôo, sentados em cadeiras contíguas. Falamos da política piauiense, de como eram as coisas em Brasília, como ficaram as coisas na terra depois de oito anos de governo do indiozinho que derrotou a oligarquia piauiense para a glória de todos nós, e essas coisas que se conversam com os políticos.


Mas, sem querer, logo, logo, estávamos a contar histórias engraçadas que acontecem na Filha do Sol do Equador. Comprovando a tese de que o papo de dois conterrâneos termina em piada sobre nós mesmos.


Contou-me o ex-governador, que durante seu mandato, em visita a uma cidade do interior do Estado, tinha um cidadão que possuía um carro tão velho, mas tão velho, que chamava a atenção de todo mundo pelo barulho, fumaça preta e ruídos de que o carro velho estava perto de se desmanchar. Aproveitando os olhares curiosos, o proprietário da geringonça escreveu atrás com letras grandes para que todos lessem:


“Mas é meu”.


Ríamos a bandeiras desfraldadas (hastiadas ou hasteadas?).


.



Como estávamos no mote do “carro velho” o Senador “boa praça” me contou mais uma: noutra cidadezinha tinha um carro tão velho, mais velho do que o da piada anterior, onde o proprietário pintou uma frase de “vende-se”.


Um gaiato, não se sabe quem, no escondido da noite, escreveu embaixo: “Duvido!”

Verde

Cantaromavoar



Ana Cecília Salis

.

O verdejar de passarinhos

Lembra-me...

O passado canta

E cheira,

Além de doer...

von Meduna






a incrivel história de
von Meduna
e a Filha do Sol do equador









Do mesmo autor de “Ouvindo Vozes”. Enquanto no livro anterior os porões da psiquiatria brasileira foram abordados através das “histórias do Engenho de Dentro e lendas do Encantado”, recuperando para a vida pessoas soterradas na continuação do primeiro hospício do Brasil, no Rio de Janeiro, neste livro o autor “invenciona” a história de von Meduna no seu caso de amor à terra “Filha do Sol do Equador”.
Participante da Reforma Psiquiátrica que se instala em Teresina, como consultor, o autor, radicado no Rio de Janeiro, mas apaixonado por sua terra natal, mergulha na história da Psiquiatria no Piauí, se envolve emocionalmente com as aventuras dos loucos de sua infância, e apresenta um painel apaixonado de histórias da psiquiatria piauiense, da implantação de um modelo comunitário de assistência que se propõe substituir a internação psiquiátrica.
Não é um livro técnico, mas um romancear de quem toma partido contra uma psiquiatria repressiva que deve ser atacada no campo dos direitos humanos. Um livro para ser discutido por estudantes, profissionais, usuários, familiares, enfim, por toda à sociedade a quem é proposta uma nova ética de inclusão da loucura.
E como o modelo que foi combatido, o hospício, é o mesmo em qualquer lugar do planeta, não é um livro sobre o que acontece no Piauí, mas sobre o que faz a psiquiatria em todos os hospícios de qualquer cidade do Brasil e um elogio à forma de acontecer a Reforma Psiquiátrica, prática em saúde mental que vem substituindo o antigo manicômio em todo o país.




_____________________



Por enquanto comercializado em Teresina na Toccata - livraria e cds. Aguardando lançamento.

Endereço da Toccata em Teresina: Rua Angélica, 1467 (atrás da Nossa Senhora de Fátima, onde era antes e depois de sair da Anfrísio Lobão) Procurando por aí acha.

Tel da Toccata: 086-3233-5181 (falar com Rita ou Socorro Vaz)




5 - meias e cintas-ligas



seguindo a publicação de "Lingerie" de Durvalino Couto. Click na imagem e amplie para visualisar o poema.

O MUNDO GIRA E A LULAZITANA RODA



1000TON



O MUNDO GIRA E A LULAZITANA RODA



Outro dia falei aqui que o nosso Molusco da Silva estava bem na fita e esteve mesmo. No final do seu governo a sua popularidade bateu em 87%, o emprego formal bateu 6%... NUNCA DANTES...aquelas coisas que nos acostumamos a ouvir...Queiramos ou não temos que engolir, ou melhor, reconhecer e admirar a biografia do brasileiro que veio de Caetés para ficar na história.


Ao contrário do Lulinha, o Obama não está bem na fita não, coitado...


O clichê americano reacionário realmente não passa nem perto de um Obama. Se ainda fosse ele um Al Jolson, da fita “The jazz singer”, preto por fora, mas branco por dentro, ainda vá lá... A ultradireita ianque está bufando, sedenta por vingança e tenta reduzí-lo a um coadjuvante personagem de filme dirigido por Ed Wood...


Os americanos mais arejados, esperançosos, votaram no democrata, acreditando que poderia dar uma boa sacudida na auto-estima dos cidadãos, depois do satânico período do caubói texano Busha-de-canhão, mas qual...


Pé de pato, mangalô, três vezes!... Devem ter feito mandinga da braba para ele. Parece que o negão estava na hora errada, no lugar errado e no cargo errado. Se os EUA vêm perdendo gradativamente a soberania no mundo ele é um prato feito para o: “Está vendo? Só podia dar nisso, eu não disse? Foram votar num crioulo muçulmano!...”


Logo no seu governo foi explodir no colo dele, qual uma bomba assassina do Rio Centro, uma catastrófica crise econômica e para debelá-la não conseguiu fazer nada, aliás fazer o quê? Jogar 600 bilhões de dólares para tapar o rombo, ou melhor, a cratera escancarada, explodida pelos banqueiros e magnatas despudoradamente salafrários?


Cadê o magnânimo poder judiciário deles, tão implacável com os traficantes de drogas, mas incapaz de trancafiar um bandido desses num xilindró americano?!...


Ainda por cima os republicanos já se recompuseram no governo, lá atrás já teve que disputar com a Hilary que hoje, ao seu lado, só faz chutar o seu saco, e ainda está encarando pela frente os Tea-Party, vampiros sedentos do seu sangue, a Ku-Klux-Klan ressuscitada do inferno. “Bye, bye, Miss American Pie... This will be the day that I die!...


O nosso Lulinha por aqui, foi perseguido e acusado de toda a sordidez desse mundo, proclamado o mais incompetente e despreparado governante desse país pela elite peçonhenta. aliada aos coiotes de plantão da mídia golpista. Estas podres criaturas estavam sempre tocaiando O Molusco, só esperando uma boa hora para dar o golpe mortal. Só que o pernambucano da peste deu realmente a volta por cima, parece que tem até o corpo fechado, porque mandinga para ele não faltou. .


Com a proteção dos orixás o nosso MACUNAÍMA NORDESTINO conseguiu interromper a sangria desatada da pilhagem desse país pela corja demo-tucana, que em oito anos no governo brasileiro tiravam o leite da burra e entregavam direto, a caneca ainda espumante, ao capital estrangeiro (e foi assim que o Brasil quebrou 4 vezes). Um exemplo bem claro disso foi a Vale, passada nos cobres, vendida... vendida não, entregue de bandeja por um décimo do seu valor...


Não tiraram, aqueles pulhas, pelo menos um pouquinho desse nutritivo leite, para fazer manteiga, ou um queijo ou um bolo que servisse de alimento para o povo brasileiro, bem entendida aí a parte desse precioso líquido que, no lulagoverno, possibilitou quase 30 milhões de brasileiros a mudar de faixa econômica, que alimentou, desenvolveu e incluiu o Nordeste na economia nacional, colocou o índice de emprego em níveis dos países mais desenvolvidos, sem contar com a afirmação brasileira no exterior como fundamental e importante interlocutor dos destinos do mundo.


DA Silva, apesar de ter livrado o Brasil dos mais vorazes sanguessugas que já ocuparam o poder, não se pode ocultar, ajustou a sua governabilidade a partidos que respaldavam quadrilhas atuantes no governo e entregou também parte do ouro ao bandido, sim: não conseguiu se livrar do apetite insaciável dos banqueiros, estes pérfidos banquetearam-se à vontade com os juros estratosféricos.


Pudera! Pois o homem mais poderoso da face da terra, investido no cargo de presidente dos EUA, também não foi completamente neutralizado, via banqueiros, financistas, especuladores e pilantras contumazes, aliados do grande capital?!


Evidente que ficou muito por fazer, mas o nosso Luiz Inácio poderá ser lembrado como um Chaves (Bolaños) que deu certo, ou mesmo como um Cantinflas, carregando alegremente um isopor cheio de cervejas, ou até como um Mazzaropi, um caipira humilde, mas com astúcia suficiente para combater adversários mais poderosos e, por quê não dizer, ele encarna o nosso João Grilo, que deixou o palco de Suassuna para atuar com sucesso na imensa arena de Pindorama.


O nosso bom moço e bem intencionado Barack, massacrado impiedosamente pelos seus conterrâneos da pérfida ultradireita ianque, não sei se vai conseguir fazer seu sucessor. Eu torço para que não consigam reduzí-lo a um “real nowerman, sitting in his nowerland, making all his nowerplans for nobody...”



1000TON




Brasil debaixo d'água



Geraldo Borges
.

Não adianta fazer poesia com as enchentes


Os mortos estão bem mortos na lama da terra


E os desabrigados clamam socorros urgentes


E não vai ser fácil acabar com esta guerra.

.


Bombeiros, cruz vermelha, forças armadas


Alimentos, roupas, cobertores, sobreviventes


E a chuva fustigando e Deus sem dizer nada,


Embora para ele se ajoelhem seus crentes,

.


Muita chuva nas encostas, muito desmantelo,


Rios arrastando casas, pontes e rebanhos,


Muita prece, mãos para o céu, os aviões.

.


O que mais falta, porém, é muitíssimo zelo


Como devolver aos flagelados velhos sonhos


Se o governo não leva a sério as inundações?

Ben-Hur



Gervásio Castro

.


John Charles Carter nasceu em Evanstonno dia 4 de outubro de 1923. Dez anos depois seus pais se divorciaram. Quando sua mãe casou-se com Chester Heston ele adotou o nome do padrasto. Ainda na escola secundária envolveu-se com a cadeira de artes dramáticas. Saiu-se tão bem que recebeu uma bolsa em drama para cursar a universidade e em 1950 iniciou sua bem sucedida carreira no cinema, usando o prenome Charlton. Notabilizou-se por papéis heróicos em superproduções da época de ouro de Hollywood.


Charlton Heston atuou em 92 filmes e ganhou o “Oscar” de melhor ator, em 1959, por sua performance, na terceira adaptação para as telas de “Ben-Hur”, famoso romance de Lew Wallace que conta a história de um judeu de grande influência (Judah Ben-Hur), que , traído por seu amigo romano (Messala), é então escravizado. Ele luta pela liberdade e volta para conseguir a vingança. O papel de Judah havia sido oferecido a Burt Lancaster que o recusou porque era ateu e não queria ajudar a promover a cristandade, e a Marlon Brando e Rock Hudson, que recusaram não sei por que.


Gore Vidal, que é gay, tentou puxar a sardinha pro seu lado e escreveu um roteiro que previa um relacionamento homossexual entre Ben-Hur e Messala, mas o diretor William Wyler argumentou que Heston jamais aceitaria interpretar um personagem assim. Vidal sugeriu contar apenas a Stephen Boyd (Messala) sobre esse relacionamento. Assim foi feito.


Na época a Metro-Goldwin-Mayer estava à beira da falência e resolveu partir pro tudo ou nada na produção do filme. a construção da arena para a corrida de quadrigas (na Cinecittà, em Roma) custou um milhão de dólares. A gravação dessa seqüência, dirigida por quatro especialistas em cenas de perigo, levou 94 dias. Foram utilizadas cinco câmeras, oito mil figurantes e setenta e seis cavalos. Os quatro brancos vieram da Tchecoslováquia, trazidos na primeira classe de um avião fretado e que teve seus assentos retirados.


A tentativa da MGM foi bem-sucedida e o filme até hoje é um dos recordistas de Oscars recebidos, com onze estatuetas, estando empatado com Titanic, de 1997 e O senhor dos anéis: o retorno do rei, de 2003.


Heston foi liberal democrata, fez campanha para Adlai Stevenson e John Kennedy, e defendeu os direitos civis dos negros. Acompanhou Martin Luther King durante a marcha a Washington, em 1963. Combateu o macarthismo e foi um grande crítico de Richard Nixon, segundo ele, um desastre. Em 1968, após o assassinato do senador Robert Kennedy, apareceu num programa da TV americana pedindo apoio para o presidente Lyndon Johnson e sua tentativa de aprovar no Congresso o Ato a favor do controle de armas nos EUA. Mas a partir dos nos 80 trocou o registro eleitoral para o partido Republicano e passou a apoiar o direito ao uso das armas de fogo, tornando-se, inclusive, em 1998, presidente da entidade civil que defende a causa, a poderosa National Rifle Association (NRA). Disse que quando apoiou o controle de armas era jovem e, naquela ocasião, tinha sido bobo e tolo. Mas quanto ao fato de ter feito campanha para os dois presidentes Bush (Bushão e Bushinho) não disse nada. Nem precisava. Todo mundo percebeu que ele estava envelhecendo, trouxa e burro.


Trocou de idéias mas não trocou de esposa. Viveu 64 anos com Lydia Clarke.


Sofria desde 2002 de uma doença degenerativa com sintomas similares aos do Mal de Alzheimer e morreu no dia 05 de abril de 2008.



_________________________


O Brando eu também não sei, mas o Gore fala que o Rock Hudson, gay assumido, não aguentava mais usar os saiotes dos filmes de época... (Edmar)