Gervásio Castro
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John Charles Carter nasceu em Evanstonno dia 4 de outubro de 1923. Dez anos depois seus pais se divorciaram. Quando sua mãe casou-se com Chester Heston ele adotou o nome do padrasto. Ainda na escola secundária envolveu-se com a cadeira de artes dramáticas. Saiu-se tão bem que recebeu uma bolsa em drama para cursar a universidade e em 1950 iniciou sua bem sucedida carreira no cinema, já usando o prenome Charlton. Notabilizou-se por papéis heróicos em superproduções da época de ouro de Hollywood.
Charlton Heston atuou em 92 filmes e ganhou o “Oscar” de melhor ator, em 1959, por sua performance, na terceira adaptação para as telas de “Ben-Hur”, famoso romance de Lew Wallace que conta a história de um judeu de grande influência (Judah Ben-Hur), que , traído por seu amigo romano (Messala), é então escravizado. Ele luta pela liberdade e volta para conseguir a vingança. O papel de Judah havia sido oferecido a Burt Lancaster que o recusou porque era ateu e não queria ajudar a promover a cristandade, e a Marlon Brando e Rock Hudson, que recusaram não sei por que.
Gore Vidal, que é gay, tentou puxar a sardinha pro seu lado e escreveu um roteiro que previa um relacionamento homossexual entre Ben-Hur e Messala, mas o diretor William Wyler argumentou que Heston jamais aceitaria interpretar um personagem assim. Vidal sugeriu contar apenas a Stephen Boyd (Messala) sobre esse relacionamento. Assim foi feito.
Na época a Metro-Goldwin-Mayer estava à beira da falência e resolveu partir pro tudo ou nada na produção do filme. Só a construção da arena para a corrida de quadrigas (na Cinecittà, em Roma) custou um milhão de dólares. A gravação dessa seqüência, dirigida por quatro especialistas em cenas de perigo, levou 94 dias. Foram utilizadas cinco câmeras, oito mil figurantes e setenta e seis cavalos. Os quatro brancos vieram da Tchecoslováquia, trazidos na primeira classe de um avião fretado e que teve seus assentos retirados.
A tentativa da MGM foi bem-sucedida e o filme até hoje é um dos recordistas de Oscars recebidos, com onze estatuetas, estando empatado com Titanic, de 1997 e O senhor dos anéis: o retorno do rei, de 2003.
Heston foi liberal democrata, fez campanha para Adlai Stevenson e John Kennedy, e defendeu os direitos civis dos negros. Acompanhou Martin Luther King durante a marcha a Washington, em 1963. Combateu o macarthismo e foi um grande crítico de Richard Nixon, segundo ele, um desastre. Em 1968, após o assassinato do senador Robert Kennedy, apareceu num programa da TV americana pedindo apoio para o presidente Lyndon Johnson e sua tentativa de aprovar no Congresso o Ato a favor do controle de armas nos EUA. Mas a partir dos nos 80 trocou o registro eleitoral para o partido Republicano e passou a apoiar o direito ao uso das armas de fogo, tornando-se, inclusive, em 1998, presidente da entidade civil que defende a causa, a poderosa National Rifle Association (NRA). Disse que quando apoiou o controle de armas era jovem e, naquela ocasião, tinha sido bobo e tolo. Mas quanto ao fato de ter feito campanha para os dois presidentes Bush (Bushão e Bushinho) não disse nada. Nem precisava. Todo mundo percebeu que ele estava envelhecendo, trouxa e burro.
Trocou de idéias mas não trocou de esposa. Viveu 64 anos com Lydia Clarke.
Sofria desde 2002 de uma doença degenerativa com sintomas similares aos do Mal de Alzheimer e morreu no dia 05 de abril de 2008.
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O Brando eu também não sei, mas o Gore fala que o Rock Hudson, gay assumido, não aguentava mais usar os saiotes dos filmes de época... (Edmar)
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