Geraldo Borges
Não adianta fazer poesia com as enchentes
Os mortos estão bem mortos na lama da terra
E os desabrigados clamam socorros urgentes
E não vai ser fácil acabar com esta guerra.
Bombeiros, cruz vermelha, forças armadas
Alimentos, roupas, cobertores, sobreviventes
E a chuva fustigando e Deus sem dizer nada,
Embora para ele se ajoelhem seus crentes,
Muita chuva nas encostas, muito desmantelo,
Rios arrastando casas, pontes e rebanhos,
Muita prece, mãos para o céu, os aviões.
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O que mais falta, porém, é muitíssimo zelo
Como devolver aos flagelados velhos sonhos
Se o governo não leva a sério as inundações?
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