domingo, 13 de fevereiro de 2011

Brasil debaixo d'água



Geraldo Borges
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Não adianta fazer poesia com as enchentes


Os mortos estão bem mortos na lama da terra


E os desabrigados clamam socorros urgentes


E não vai ser fácil acabar com esta guerra.

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Bombeiros, cruz vermelha, forças armadas


Alimentos, roupas, cobertores, sobreviventes


E a chuva fustigando e Deus sem dizer nada,


Embora para ele se ajoelhem seus crentes,

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Muita chuva nas encostas, muito desmantelo,


Rios arrastando casas, pontes e rebanhos,


Muita prece, mãos para o céu, os aviões.

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O que mais falta, porém, é muitíssimo zelo


Como devolver aos flagelados velhos sonhos


Se o governo não leva a sério as inundações?

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