domingo, 17 de julho de 2011

Cinema: Por Quem os Sinos Dobram

Gervásio Castro

Frank  James  Cooper  nasceu em Helena, Montana, no dia   07 de  maio  de  1901. Era  um  dos  dois  filhos  de  Charles Henry Cooper, agricultor inglês que depois se  tornou  advogado  e  juiz  de  direito.  Na  infância  ajudou  seu pai a cuidar do rancho da família, passou uma temporada com a  mãe  e o irmão na Inglaterra, e voltou a morar no  rancho  nos  EUA.  Estudou  em  Iowa Grinnell  College  até a  primavera   de  1924,  mas  não  se  graduou.  Não  logrou  êxito na  sua tentativa de ingressar no grupo teatral da faculdade. Tentou  ganhar  a vida como  cartunista  e  fracassou.  Finalmente, em 1925, encontrou trabalho como extra na indústria cinematográfica, quase sempre como um  cowboy.  Mudou  o nome para Gary Cooper e no ano seguinte iniciou realmente sua  carreira  de  ator, atuando  (como coadjuvante)  em  “The  Winning  of  Barbara Worth”.
Gary    Cooper   fez   mais  de  cem  filmes,   entre os  quais   “Por   Quem  os   Sinos   Dobram”,  baseado no romance  de  seu amigo Ernest Hemingway que exigiu que lhe fosse dado o  papel de Robert Jordan  e  o  de  Maria  a  Ingrid Bergman, quem  o  autor  tinha  em  mente  quando escreveu a personagem. Por causa  disto  o  estúdio  se viu  obrigado a  dispensar  Vera  Zorina, que já estava contratada.                                                                                                                          
O filme narra a missão de  Robert Jordan, um idealista americano, que se alia aos guerrilheiros  durante a guerra civil espanhola, em 1937: explodir uma ponte estratégica em um desfiladeiro bem  defendido  pelos franquistas que mataram os pais da bela Maria, por quem Jordan acaba se apaixonando.                                                                                                                                     
Para interpretar a mocinha, Ingrid Bergman teve seu cabelo cortado. Este fato salvou "As Time Goes By"  de ser removida de  “Casablanca”,  filme  que  a  atriz  havia  acabado  de  realizar. A  Warner Brothers  queria substituir a famosa canção por uma outra e, para isso, algumas cenas precisariam ser  refilmadas.  Pensaram  em  usar  uma  peruca,  mas  o  receio  de  virem  a  ter problemas de continuidade fez com que os produtores desistissem da (péssima) idéia.    Quando   Ernest  Hemingway  disse  a  Ingrid Bergman que ela  teria que cortar o  cabelo  para  o papel de Maria, ela disparou: "Para obter esse papel eu cortaria minha cabeça!"                     
Um   erro  de   filmagem   pode   ser  percebido  pelos   mais  atentos.  Quando   Robert  Jordan  conversa    com   o  General   Golz,  sua  sombra   pode  ser  vista,  projetada  na  reta, em  uma  parede  no  fundo. Mas  quando  Cooper coloca  a mão  no  queixo  ela  se  move  um segundo depois,  tornando   óbvio  que,  em  outro  ângulo,  uma  outra  pessoa   foi  usada  para criar a sombra.                                                                                                                                                      
Um outro erro, mais difícil de ser percebido, é o fato dos  guerrilheiros  Pilar  e  Pablo  usarem,  em  1892, um  Krag-Jorgenson.  Embora  seja  possível,  é  extremamente  improvável  que  tal    rifle,   com   o   respectivo  cartucho  de  estanho,  tenha  sido importado na  Espanha  para ser usado na guerra.                                                                                                                                 
Apesar do sucesso financeiro e de ganhar um Oscar , Hemingway não  gostou  muito do   filme  devido  à remoção do conteúdo político do livro.                                                                              
Em  1944  Cooper  se  juntou  ao  Motion  Picture  Alliance  for  the  Preservation  of  American  Ideals, uma organização de fanáticos combatentes do comunismo  nos  EUA. Seu  testemunho  perante  o  Comitê  de  Atividades  Antiamericanas aconteceu em 23 de outubro de  1947,  um  mês  antes  da   famigerada  lista negra de Hollywood ser criada.                                               
Gary  Cooper  foi  casado  apenas  uma vez, de 1933 até a  sua  morte,  com  Sandra  Shaw  com  quem   teve uma    filha.  Apesar  do   relacionamento   duradouro,  o  ator  ficou   famoso   pela  sua extensa lista de amantes.                                                                                                               
Em 1961 optou por não fazer  tratamentos  pesados  e  acabou  falecendo,  de  câncer,  aos  60  anos  de idade.

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