domingo, 30 de maio de 2010

FUTUCANDO O PLANETA COM VARA CURTA



Edmar Oliveira
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Futucaram tanto o planeta que conseguiram uma sangria desatada. Um poço de petróleo, no golfo do México, usando a mesma tecnologia empregada em todo os mares, inclusive pela Petrobrás e suas concessionárias ao largo de nossa costa, deu problema: uma plataforma pegou fogo, o ducto condutor do petróleo quebrou, uma válvula não funcionou como devia, e aí se derramou óleo do fundo do oceano enlameando as águas no maior desastre ecológico dos santos dos últimos dias. O derrame é contínuo, com a possibilidade de piorar, conforme o remendo empregado.

Esse susto foi só para que pudéssemos imaginar o perigo que corremos todos os dias de mais uma plataforma, entre milhares, naufragar, o cano quebrar e a válvula não funcionar em conter o derrame lá nas profundezas inatingíveis do oceano. É como se a seringa soltasse da agulha e o sangue da terra invadisse os mares sem que pudéssemos mergulhar para estancar a sangria. E o petróleo de nada nos serve a não ser matar a vida marinha, das aves e do costado marítimo da terra. Os americanos, vítimas primeiras desta vez, já consideram o prejuízo incalculável e Obama quer proibir esse tipo de exploração até que se consiga prevenir um acidente desses. Ainda não se sabe se falha mecânica (da tecnologia milionária empregada) ou humana (sempre vai se ter alguém em quem jogar a culpa).

Portanto que fiquemos alertas para a tão decantada exploração do pré-sal, onde a mesma tecnologia ao ir mais profundo tem tudo para aumentar a taxa de risco para a saúde do planeta. Não cansado dos desmatamentos, das queimadas, dos pastos ou do plantio da monocultura, que são apenas formas de atacar as florestas do planeta, acidentes desses nos mares podem apressar a inviabilidade da vida na terra. Tão futucando o bicho com vara curta...

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