Ana Cecilia Salis
Não suporto as gaiolas...
a privação de ar...
ou as correntes nos pés...
Não tolero a escravidão...
a serventia voluntária
dos ouvidos sujos...
Não me submeto às coleiras...
ou à domesticação dos sentidos...
Prezo...
e rezo,
por todos os homens livres
pela exaltação das almas!
pela dignidade dos bons encontros...
é que não suporto as coleiras...
e não gosto de quem delas
faça uso...
ou de quem as ofereça!
não suporto coleiras...
e ainda menos...
a cruel deslealdade
de quem as identifique
nos desejos de quem faz
do amor cativo...
um convite sereno
ao uso simples das vontades...
a privação de ar...
ou as correntes nos pés...
Não tolero a escravidão...
a serventia voluntária
dos ouvidos sujos...
Não me submeto às coleiras...
ou à domesticação dos sentidos...
Prezo...
e rezo,
por todos os homens livres
pela exaltação das almas!
pela dignidade dos bons encontros...
é que não suporto as coleiras...
e não gosto de quem delas
faça uso...
ou de quem as ofereça!
não suporto coleiras...
e ainda menos...
a cruel deslealdade
de quem as identifique
nos desejos de quem faz
do amor cativo...
um convite sereno
ao uso simples das vontades...
Um comentário:
Curioso... ou não. Fui lendo os títulos , escolhi este para ler primeiro: que grata surpresa.
Adorei, como sempre.
Fique com Prisões de Cecília também, Meireles. A ela tb preocupavam as "coleiras"
Quatrocentas mulheres
quatrocentas, digo, estão presas:
cem por ódio, cem por amor,
cem por orgulho, cem por desprezo
em celas de ferro, em celas de fogo,
em celas sem ferro nem fogo, somente de dor e silêncio,
quatrocentas mulheres, numa outra cidade,
quatrocentas, digo, estão presas.
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