Gisleno Feitosa
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Matuto busca assistência,
Quando está em fim de linha;
Enquanto tiver paciência,
Vai se vendo com a meizinha.
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É um chazinho, compressa,
Um bochecho, um lambedor.
Matuto bom não tem pressa
Em procurar um doutor.
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Há na flora brasileira
Cura pra muita mazela.
E a cambada estrangeira,
Não tira os olhos dela.
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Pra curar o tal sapinho,
Passe o mel de uma abelha
Num pano ou com o dedinho,
Em cada mancha vermelha.
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Chá de semente de alho,
Pra ameba é tiro e queda.
Se a ferida é um talho,
Pó de café arremeda.
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Pomada de aroeira
Cura até bicho-de-pé.
Matuto mata bicheira
Com creolina e rapé.
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No cansaço e no puxado,
Chá de folha de alecrim;
Além do peito apertado
Trata a memória ruim.
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A raiz da jurubeba
Cura qualquer anemia
Resultante de ameba
E de comer porcaria.
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Chá da flor do sabugueiro
O diabetes reduz,
Se você não tem dinheiro.
Evite açúcar e cuscuz.
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Atar no membro lesado,
Faixa úmida, amarela,
Com emplastro escaldado,
Em caso de erisipela.
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Pro casal meio esquecido
Comer testículos de boi
Dá sustança ao marido,
Basta a mulher dizer: ôi!
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Há mais remédio do mato,
Na medicina popular.
Por isso digo e acato:
Se Deus deixou foi pra usar!
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Gisleno lembrou de seus versos sertanejos quando leu o "Remédios do Sertão"
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