Transfiguração
Lilia Diniz
As casinhas de palha e taipa
me comovem
como o pantanal
a Manoel de Barros
Dentro delas
me sinto que nem
gongo de coco babaçu
ignorando a fome do machado
Me penso feto
abraçado pelas palmeiras
aquecido pelas mãos da terra
que nem ovo de lambú
chocando para nascer
Suas portas
de estreitas esteiras
facilmente jogam abaixo
minhas grades de ferro
enternecendo meu riso desenxavido
trazendo aos meus pés
a alegria dos pés das galinhas
em bascui de arroz
ao pé do pilão
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pensem numa poeta porreta do interior do Maranhão. E Lilia, num só poema, não economisa nas imagens. maravilhoso!!!!!!!!!!!!!!
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