domingo, 15 de agosto de 2010

Sinhá Olímpia



Nhá Olímpia era fidalga
na Vila Rica de outrora
Desencantou-se aos quarenta
Virou figura folclórica

.

Andarilha das sete saias
sabia muitas histórias
Sua foto descorada
em Ouro Preto pairava

.

Sua história foi cunhada
Emaranhada entre tantas
mulheres fortes das Minas
Gerais, de ouro e prata

.

No caldeirão do vale
Onde a névoa faz pousada
De manhã cedo e à tardinha
Nhá Olímpia reinava

.

De chapéu de abas largas
com fitas, plumas, barbante
Com sua cestinha nos braços
e um cajado, imponente

.

Irritava os poderosos
De seus segredos ciente
Inventava outros tantos
e os espalhava, contente

.

Foi mandada a Barbacena
Pro hospício foi mandada
Tomar choques e remédios
Suplício pra ser calada

.

Voltou doída e mendiga
mas não perdeu sua aura
de fidalga de outras eras
princesa trancafiada

.

Aos estudantes, turistas
e passantes. reclamava
alimento e roupa quente
que com pobres compartilhava

.

Em troca suas histórias
correram mundo e fronteira
a figura colorida
a fantasia certeira

.

Até na escola de samba
Nhá Olímpia virou moda
Quando morreu, fez-se mito
As sete saias de roda

.

N.Sra. do Rosário
Vela por sua figura
que ainda ronda Ouro Preto
cajado na pedra dura
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garimpado por Sacha

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