Ana Cecília Salis
Interrogo-te senhor de terras
De espigões escarlates
De monumentos ao nada
Árbitro da indigência
Cartunista de pretensões
Soberano na estupidez
Magistrado da ignorância
Semblante da indiferença
Tens sede de que?
Advirto-te senhor escarlate
Ergo-te à indigência
De minhas palavras
Atiro-te ao branco do papel
E converto-te ao calo nas mãos
Aos pés descalços
À poeira na boca
À cegueira dos olhos
À mutilação dos desejos
Se poeta, sou senhora
Se as palavras me pertencem
Se, com elas, decido sentidos
Faço-te escravo e louco
E agora, senhor
tens medo do que?
Nenhum comentário:
Postar um comentário