Repetem-se sempre os acontecimentos do ano passado, as previsões pro ano que entra, a queima de fogos mundo adentro, destacando-se a nossa aqui vizinha em Copacabana, com duas mil pessoas numa faixa apertada de areia. Nunca fui nem desejo ir. Só se estiver morando lá. Porque aí também não se pode sair, se não sair antes. Não tenho saco para reler as besteiras que aconteceram no ano e nem acredito numa linha das previsões animadas ou catastróficas, que são elementos da mesma natureza. Também não creio nos votos sinceros de ano novo nem sou contagiado pela especialidade de um dia que me parece muito igual aos outros. Já viram que meu mau humor chegou até o último dia do ano...
Mas sempre notei, não tinha porque não notar, a emenda do calendário na última noite do ano. Não era só mudar o último número do ano, mas um novo ciclo, coincidentemente, se colocava quase sempre. Uma esperança nova, uma eleição que prometia, uma crise que se encerrava, uma guerra que se esperava tivesse fim. Vamos ser sinceros com a transformação do oito no nove: a única esperança parecia ser um negão que emudeceu quando Israel mata trezentos palestinos por cada judeu baleado. Nessa proporção a palestina acaba em breve. O negão tá calado. O mundo assiste a mesmice da violência de um povo que só se conforma em fazer o mesmo genocídio que sofreu no passado. E na passagem de ano para mostrar que nada de novo vai acontecer amanhã, já que o ano judaico não muda agora. A crise mundial do capitalismo mal começou e atravessará para o nove com a mesma promessa de desemprego no oito. E a eleição dos prefeitos foi de uma mesmice só, que os partidos estão muito iguais.
Mudamos de ano?
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fotos dos fogos de Copacabana que estouraram no mesmo momento do bombardeio de Israel à Faixa de Gaza.
Um comentário:
O Piauínauta deflorou mais um ano de cumforça! Tá bom mais da conta. Tem pra todos os gostos - prestenção: não é pra dá nos gostos -. 1000Tons e sem censura.
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