Tiro o meu poema da cartola
Com palavras bordadas no papel
Com notas tocadas na viola
Como Rodin manobra seu cinzel.
Todo poema é esgrima singular
Um objeto estético um livre jogo
Uma naja que ouve o meu cantar
Salamandra centelha em pleno fogo.
Alice em outro país das maravilhas
Sonho matéria em recomposição
Palavras aranhas em suas trilhas.
O poema cigarra em pleno cio
Sob um sol escaldante de verão
Reverberando acordes de assovio.
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(Geraldo Borges)
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