Geraldo Borges
Nos idos de setenta, um jovem nordestino,
barbudo, que havia imigrado para são Paulo, em cima de um pau de arara, tornou-se líder sindical. A sua trajetória na
história política de nosso país foi rápida. Em frente de algumas greves agitou
as massas e tornou-se uma esperança revolucionária para a esquerda. Embora ele
dissesse que não era de esquerda. Mesmo assim a maioria dos intelectuais entrou
em sua onda. Juntamente com os estudantes e uma boa camada do povo.
Não demorou muito fundou o PT, já
no inicio de oitenta, ao lado de um bando de intelectuais ditos de esquerda e
uma parte progressista da igreja católica que desejavam mudar para melhor a
sociedade brasileira. Claro, sem fazer omelete.
Sua primeira disputa para presidente
da república depois de ter sido deputado constituinte, foi contra Collor, um
jovem soberbo e empinado, que, apareceu, de repente, na crista da onda; Lula perdeu.
Depois veio Henrique Cardoso. Perdeu de
novo, duas vezes para um sociólogo. Estava cansado de disputar e não ganhar.
Diminuiu a radicalização, e aliado ao PMDB e outros siglas caminhou para a
luta. Venceu. Virou Lula paz e amor. Os empresários que diziam ir embora do país se Lula ganhasse, ficaram.
Sarney adorou.
Lula terminou se saindo bem. Muito jogo de
cintura, criação de novos ministérios para acomodar correligionários. Puxando
brasa para a sua sardinha criou o ministério da pesca. Era o PT cedendo,
aprendendo a fazer a política burguesa. A sua vontade era ficar sempre no poder
e seguir o caminho da burguesia. Para
isso precisaria muita artimanha, e dinheiro. Foi então que apareceu o fantasma
do Mensalão. Ai veio o escândalo, alguns barbudos
tombaram. E a fisionomia do PT empalideceu.
Após oito anos de governança Lula
ancorado em parte nos benefícios do plano real, e oferecendo ao povo o
paliativo de uma bolsa família, e outros remendos, entregou o bastão a atleta
Dilma, essa está fazendo o que pode para não deixar a peteca
cair. Não veio dos fundamentos do PT. Mas tem uma história de luta, a qual
parece não dar muita importância, hoje.
O ninho de onde saiu o PT está
mudado, virou um poleiro de oportunista.
E lula onde anda? Andou doente. Viveu a grande
volúpia do poder, foi acometido de câncer. Mas graças a Deus ficou bom e aos
médicos dedicados. Muita gente rezou por ele, sua família é religiosa. Teve o
melhor tratamento do mundo pela sua condição de ex- presidente. Mas o
tratamento não foi fácil. A quimioterapia deixou-o pelado, perdeu a barba e os
cabelos, a voz definhou por uns tempos. Talvez não seja mais capaz de fazer
discursos inflamados. A sua inflamação é outra.
Lula está com saúde. Aparece na
mídia, com outra estampa. Está sem barba, o rosto ostenta apenas um ralo
bigode. Como está distante o jovem lula de antigamente. Agora está gordo e
bonachão. Parece mais um empresário bem sucedido, que foi chamado de o cara por
Barack Obama, e ganhou titulo de doutor Honoris Causa nas universidades da
Europa. Não sei se ainda não está usando
barba por uma questão higiênica ou estratégica, ou por um anseio inconsciente,
ou mesmo porque ainda não tem pelos suficientes para criar uma barba igual a
que usava em tempos idos. Mas, conforme a Veja: “ A equipe médica de Lula prevê
que entre seis meses e um ano, ele já
pode deixar a barba crescer.” O que sei é que é um homem com uma nova
fisionomia, é que pode se considerar ressuscitado. Um homem que nasceu de novo.
E posso até me ariscar a dizer que é um novo homem. Um novo político. Um ex-presidente,
de rosto limpo. Uma nova face uma nova fase.
Tiraram o retrato de Lula do
gabinete da presidência no Planalto, do homem barbudo. Lá está a retrato da
Dilma, talvez com um buço invisível. Se um dia Lula se candidatar de novo, a
presidente da republica, sem barba, apenas com um ralo bigode, será se o
respeitável leitor, quer dizer eleitor, ira reconhecê-lo? Bom. O pessoal da maquiagem
é quem vai retratar melhor a sua
fisionomia.E pelas barbas do profeta, como
será a nova barba do ex-presidente Lula?
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