Luiz Martins
Lavrar, lavrar e lavrar,
A lavoura como destino,
Mesmo em desuso das aras
Nesta última sesmaria.
Orar com o antes da hora,
De trinar os passarinhos,
Pão frugal e mãos à obra
Até à última ave-maria.
À forja com o que é músculo,
Na têmpera de cara e caráter;
Abrandar só ao crepúsculo,
A sede da impertinência.
E para que tanta lavoura?
Se a Terra não vale verde?
Se as ervas são bem daninhas
Se o trigo não é mais ouro?
Justamente, bem por isso,
Para agastar a esperança,
Na teima do todo dia,
Na faina da experiência.
Se há semente, haja sentido!
Ainda que ao fim e ao meio
Se saiba o que se sabia
Que o deserto é uma ciência.
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Recebi assim de Climério:
edmar,
um exemplo da lavoura cabralina do meu amigo Luiz Martins, com toda a secura da árdua labuta.
Climério.
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