quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal, ou NO PAÍS DE BETTY E MADONA, E ARREDORES

1000TON


Betty Boop, essa mulherzinha sensacional, personagem de desenhos animados, criada por Max Fleischer, fez sucesso nos states e no mundo todo, na mesma época da grande depressão e do Al Capone, mestre em imundas falcatruas e bárbaros assassinatos, pelos quais passou quase incólume. Dançou porque fraudou o imposto de renda. A pequenina e formosa pin-up foi censurada na época, por dançar com o cachorrinho Bimbo, seu namorado, em trajes menores, com as coxas de fora não podia (por aqui, a xuxa não foi molestada, trepar com ursinho de pelúcia pode).
Órgãos de informação, hora e meia, teimam em comparar a grande depressão com a queda de pressão sanguínea, momentânea, dos atuais big shots da especulação desenfreada. Os grandões tomam apenas pequenos sustos dentro de suas limousines, no percurso pavimentado até o próximo cassino, sem problemas. É como se fosse um escorregão da Madonna. Ela levanta rápido, e continua o seu chôu, lépida e fagueira. Nossotros continuamos dançando ao som de “Soy loco por ti, America”.
“Sifu” mesmo é quem comprou ou negociou os papéis podres vendidos por esses profissas.
O mais engraçado de tudo isso é que, lá nos anos 30, o governo americano não dispunha da altíssima tecnologia da qual dispomos hoje, desde a escuta telefônica até os mais sofisticados aparelhos de rastreamento, sem falar nos aparelhadíssimos birôs de contra espionagem e contrainformação.
Com todas essas vantagens, os nossos modernos iluminados cabeções não descobriram na-da, na-da, nadinha, mermão! Méritos pros contadores, técnicos e detetives das antigas, com suas maquininhas mecânicas de manivela, à luz de velas, com lupas embaçadas, noites e mais noites pesquisando, escarafunchando, vigiando...E conseguiram enjaular talvez o maior gângster de todos os tempos, bró !
Escorregando para os nossos dias, agora, cagar regra depois do acontecido, há, há, há, Miriam Leitão e PAUL VOLCKER (me perdoe, oh! meu querido Paul, de tantas contribuições científico-econômicas para a humanidade, colocar-te aqui junto com essa lesma lerda!). É mole ? ”Indícios havia...sinais de alerta...alguns observadores já haviam detectado...” Ora, vão todos pra bolsa que ruiu !...




Bicho, aqui na terra do Zé Carioca, desde a década de 30, quando já se fazia uma fezinha no tradicional “jogo do bicho”, valia o escrito e vale até hoje, viu ?
Nessa mesma década do Capone também valia o escrito: tantos por cento pro chefe de polícia fulano, tantos por cento pro senador sicrano, tantos por cento pra obra de caridade de beltrano, estava tudo nos conforme.
Na terra da Betty Boop e da Madonna, pasmem, indagorinha mesmo, não valeu o escrito!
O papel era de mentirinha, tal e qual a encantadora personagem, só existia nos desenhos animados. Boop-Oop-A-Doop !(tradução: bu-bu-pi-du!)
E a face do papel foi desbotando, desbotando, assim como a maquilagem da Madonna, ao término de mais uma de suas feéricas apresentações, deixando evidente o cansaço, as rugas e a envelhecida face real de um sistema decrepto, que teima em “circular” pelo mundo, feito um papai noel mortovivo, sem uma tumba para descansar o sono eterno.
Dá pra ouvir algumas palavras, murmuradas bem baixinho, pelo combalido e maltrapilho velhinho, ouçam:
“Ho! Ho! Ho! Onde fica o próximo cassi... No! No! No!”

Nenhum comentário: