Meu velho e bom Edmar,
Você acreditava que eu lhe deixaria em paz?
A culpa toda é do Durvalino: foi ele que me falou sobre o seu sáite. Ou blógui. Não sei como se escreve essas coisas: limito-me a sentir saudades. Até do que virá. Saudades de que saudades sentirei. Semana passada percorri a rua Campos Sales. Achei pouco e estuprei minhas próprias saudades dissecando a rua da glória Lisandro Nogueira. Você não imagina, velho, o que é morrer sem testemunhas do tempo. Não imagina o que é tomar uma cerveja no bar redondo (aquele, na praça do Liceu) como fiz anteontem, e depois descobrir que morreu e Deus, na sua infinita bondade, negociou com todos os arcanjos e conseguiu rasgar meu passaporte para o inferno.
As ruas arruinadas estão aqui na nossa Teresina, e é com elas que eu brinco aos domingos e feriados. Ultimamente tenho assistido às missas das onze e trinta na igreja do Amparo. Tenho ido muito, também, ao mercado velho, e estou até criando um galo de campina. Estou ficando velho novamente, Edmar.
Ajude-me. Receba meu abraço e dê notícias.
Paulo Vilhena
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Esse recado do Vilhena é demais prum blogueiro velho. Emociona. Paulo é jornalista, professor da Universidade Federal do Piauí. Só quem não é da terra acha que é pouca merda! Um montão. E da boa. O cara é mestre e na sua tese sou, com outros velhos meninos da época, sua tese de mestrado. O Piauinauta tá na Amparo, assistindo missa com o Paulo.(Edmar)
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