domingo, 14 de dezembro de 2014

As rosas do cume

Um momento sublime, em meio à baixaria que nos cerca.

 
As rosas do cume
(Laurindo Rabelo)

"No cume daquela serra
Eu plantei uma roseira.
Quanto mais as rosas brotam,
Tanto mais o cume cheira.

À tarde, quando o sol posto,
E o cume o vento adeja,
Vem travessa borboleta
E as rosas do cume beija.
No tempo das invernadas,
Que as plantas do cume lavam,
Quanto mais molhadas eram,
Tanto mais no cume davam.

Mas se as águas vêm correntes,
E o sujo do cume limpam,
Os botões do cume abrem,
As rosas do cume grimpam.
Tenho, pois, certeza agora
Que no tempo de tal rega,
Arbusto por mais cheiroso
Plantado no cume pega.

Ah! Porém o sol brilhante
Logo seca a catadupa;
O calor que a terra abrasa
As águas do cume chupa."

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Laurindo José da Silva Rabelo (Rio de Janeiro8 de julho de 1826 — Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1864) foi um médicoprofessor e poeta romântico brasileiro, patrono na Academia Brasileira de Letras
Nasceu Laurindo Rabelo de família pobre, filho do miliciano Ricardo José da Silva Rabelo e de Luísa Maria da Conceição.
Apesar da origem humilde, conseguiu com dificuldade vencer as barreiras sociais, e formar-se em Medicina. Antes, porém, chegara a cursar o Seminário de São José, ainda no Rio de Janeiro, pensando em tornar-se padre. Vítima de preconceito e perfídias pelos colegas, decide abandonar o internato. Almejou a carreira militar, mas da mesma forma desistiu.
Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro iniciou o curso, que concluiu em Salvador, no ano de 1856.
No ano seguinte ingressa no Corpo de Saúde do Exército, seguindo para o Rio Grande do Sul, onde permanece até 1863. Em 1860 tinha se casado com Adelaide Luísa Cordeiro. De volta ao Rio, leciona no curso preparatório para a Escola Militar as disciplinas de História, Geografia e Português.
Apreciava a vida boêmia, gozando de grande talento satírico e capacidade de improviso, fazendo repentes e composições de modinhas - o que lhe granjeou grande popularidade e a alcunha de "Poeta Lagartixa" - dada sua constituição física, "magro e desengonçado", como informa Manuel Bandeira (vide Crítica e análises, abaixo).
Rabelo teve morte prematura, de problemas cardíacos, com apenas trinta e oito anos de vida.
(Biografia da Wikipédia)
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poema lembrado por Paulo José Cunha



Um comentário:

Unknown disse...

Lamento desapontar o autor sete trabalho mas o autor desta obra é Manoel Maria Barbosa du Bocage, poeta português. Obrigada