Hoje a revi depois de muitos anos,
é a mesma sublime criatura:
o corpo, o gesto altivo, soberana,
o mesmo olhar repleto de doçura.
Os cabelos, talvez, se não me engano,
Mudaram - mas a bem da formosura -
O riso, claro sol meridiano,
brilhando de meiguice e de candura.
Ela ficou. Pudera! Era uma santa.
Enquanto eu, a sós, no mundo a esmo,
andei a cata de aventuras tantas...
Só num ponto mudou - hoje é senhora.
Mas o mesmo sorriso, aquele mesmo
que minha vida deslumbrou outrora.
Irmãos e irmãzinhas, há 40 anos, Oeiras perdia sua melhor tradução: Gerson Campos. Radialista, poetas seresteiro e boêmio, Gerson deixou alguns poemas inéditos, agora editados no livro "Sonetos & Retalhos". Vejam uma pequena mostra da poesia desse moço que tinha sede de viver. Uma semana luminosa para todos. (Cinéas Santos)
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