domingo, 15 de setembro de 2013

Encontro

 
 
Hoje a revi depois de muitos anos,

é a mesma sublime criatura:

o corpo, o gesto altivo, soberana,

o mesmo olhar repleto de doçura.

 

 

Os cabelos, talvez, se não me engano,

Mudaram - mas a bem da formosura -

O riso, claro sol meridiano,

brilhando de meiguice e de candura.

 

 

Ela ficou. Pudera! Era uma santa.

Enquanto eu, a sós, no mundo a esmo,

andei a cata de aventuras tantas...

 

 

Só  num ponto mudou - hoje é senhora.

Mas o mesmo sorriso, aquele mesmo

que minha vida deslumbrou outrora.

 

 
Gerson Campos, Oeiras, 1968.

Irmãos e irmãzinhas, há 40 anos, Oeiras perdia sua melhor tradução: Gerson Campos. Radialista, poetas seresteiro e boêmio, Gerson deixou alguns poemas inéditos, agora editados no livro "Sonetos & Retalhos". Vejam uma pequena mostra da poesia desse moço que tinha sede de viver. Uma semana luminosa para todos. (Cinéas Santos)

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