(Geraldo Borges)
Em geral,
quase toda a classe media brasileira, letrada, estudou inglês. Uma língua a
mais no currículo melhora as oportunidades de emprego. Só que nem todo mundo se
saí bem no estudo do inglês, quer dizer, aprende completamente a língua de modo
que possa incorporá-la no seu dia a dia, e fazer dela verdadeiramente um
instrumento de trabalho.
Uns estudam para trabalhar como
tradutores, outros de interpretes. Alguns conseguem. Por que perseveram. Tinham
um objetivo. Por que aprender a falar um
idioma não basta ler o manual, e preciso muito exercício, e convívio com outras
pessoas que falam a mesma língua. Um dos métodos atual para se aprimorar o
inglês é viajar e passar algum tempo com uma família americana ou inglesa. Tem
dado certo.
Com certeza, quem está me lendo já
estudou inglês. Ou, até mesmo, seja um desse que sabe
inglês fluentemente. No geral, o Brasil está cheio de ex-estudantes
de inglês, que não saíram do básico, e com o tempo, perderam o pouco
conhecimento que tinham do idioma da Byron . O que não é descaso. E apenas,
porque na verdade este idioma não o interessava tanto, ou o seu trabalho não
tinha muito a ver com o conhecimento do inglês.
Às vezes, existe o dom da língua,
e a pessoa aprende a falar com maior facilidade.
Conheci um rapaz, motorista de táxi, em Teresina, que só tinha o curso
primário. Trabalhava no aeroporto, e falava inglês, muito bem. Dava para o
gasto. Mas se perguntássemos a ele quem era Hemingway, não sabia. Não tinha
obrigação de saber. Ele aprendeu inglês como se aprende musica de ouvido. Mas
não é desse que estou falando. Estou falando do
estudante de inglês que fica no meio do caminho. Conheço muita gente que estudou inglês,e só sabe
mesmo dizer, How do you do? Mesmo assim
acredito que se fala mais inglês no Brasil que português nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Eu fui um desses alunos que passou por muitas turmas de inglês. E não aprendi muita coisa. Primeiro
no ginásio, o professor não ajudava. Depois como sempre gostei de ler,
continuei por conta própria estudando
inglês, mas com pouco rendimento. Tinha um amigo, o Aldo Marinho, que era
professor, e interprete, de inglês, e recorria a ele para tirar aqui e acolá
algumas dúvidas. Não fazia-se de rogado.
Gostava de ensinar. Aprendi um pouco.
Também escutava com curiosidade
os missionários americanos do Instituto Batista. Depois fiz um curso de quinze
dias por conta de uma fundação. Mais
tarde fiz um curso de um ano na Universidade Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e melhorei bastante o meu
inglês. Tive três professores, cada qual o melhor. Claro que não me
especializei. Mas tenho um vocabulário
numeroso, o que não é tudo se você não conhece a estrutura da língua.
Pelo menos não me é estranho as frases que vejo escritas em camisas, nas
tabuletas, porque não dizer out doors. E sei distinguir os anglicismo que permeia a
nossa língua. Mas me considero também um ex-estudante de inglês que ficou no
meio do caminho, embora não tenha dificuldade na leitura do idioma inglês.
Acredito que o inglês, desde a
fuga de Dão João VI é a nossa segunda
língua. Muito colégios no jardim da
infância já ensinam inglês Aí sim.
Começando cedo, com o cérebro ainda novo, boa cera na mão do oleiro, as crianças desenvolverão capacidade para este idioma que tem uma das melhores
literaturas do Ocidente. Mas, não vamos esquecer a língua portuguesa. Falando errado ou certo,
escrevendo bem ou não, ele é a nossa
flor do Lácio, inculta e bela.
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