quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

nada há de tão profundo

A passarada saúda as manhãs

Às mesmas horas de todos os dias

Indiferentes às oscilações das almas

Executam a algazarra matutina

Com a pontualidade dos relógios

Entoando cantos ancestrais


Poderíamos extrair lição de tais afãs

De modo a minorar as agonias

Dessa ausência de horas mais calmas

Que povoa e alicerça nossa sina

Cheia de acontecimentos nada lógicos

E repleta das promessas mais banais?


Pára, olha, espia o mundo

Nada na vida é assim tão profundo

(Climério Ferreira)

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