A passarada saúda as manhãs
Às mesmas horas de todos os dias
Indiferentes às oscilações das almas
Executam a algazarra matutina
Com a pontualidade dos relógios
Entoando cantos ancestrais
Poderíamos extrair lição de tais afãs
De modo a minorar as agonias
Dessa ausência de horas mais calmas
Que povoa e alicerça nossa sina
Cheia de acontecimentos nada lógicos
E repleta das promessas mais banais?
Pára, olha, espia o mundo
Nada na vida é assim tão profundo
(Climério Ferreira)
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