(Edmar Oliveira)
Assaltaram o Cardeal do Rio e ele não tem como se queixar
pro Bispo, que lhe é subordinado. Situação “nonsense”: Dom Orani saía da
residência, no Sumaré (de Santa Teresa no rumo do Cristo, portanto uma zona
turística e que deveria ser melhor cuidada pela polícia) com um padre, o
fotografo e o motorista. Abordados, imagino a cena como noticiada nas folhas: os
bandidos levam o anel cardinalício, o crucifixo, uma batina e a valiosa máquina
e lentes do fotógrafo oficial. Diante de tantos símbolos ritualísticos, só
faltaram exigir a bula de nomeação e o barrete vermelho do representante do
Papa no Estado, os meliantes “suspeitaram” que a vítima era um padre e pediram
perdão. O cardeal os perdoou, mas os assaltantes não devolveram o produto do
crime e foram embora. Vale jogar uma praga cardinalística ou desperdoar os
insensíveis?
Na mesma cidade, a maravilha da natureza corrompida pelos
homens, o serviço secreto da Segurança Pública desbaratou uma quadrilha de
oficiais graduados da Polícia Militar, inclusive o terceiro homem na hierarquia
da instituição. Investigações comprovaram uma verdadeira organização criminosa
em que eram exigidas propinas para que os olhos da lei não enxergassem delitos:
no comércio, no transporte ilegal, nas infrações urbanas. Destaque-se que os
crimes que os homens da lei protegiam eram justamente os que deveriam combater.
Isto é, a nossa polícia promove o crime quando foi criada para combatê-lo.
Precisamos dela?
“Eu tenho medo de
polícia, de bandido, de cachorro e de dentista”. Por que cachorro? -“Porque cachorro não distingue o inimigo
como se fosse polícia”. Por que dentista? - “ Porque dentista bandideira minha boca como se fosse polícia”. Nunca
Sérgio Sampaio, autor desta pérola, esteve tão atual!
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