domingo, 21 de setembro de 2014

Notícias da corte

(Edmar Oliveira)

Assaltaram o Cardeal do Rio e ele não tem como se queixar pro Bispo, que lhe é subordinado. Situação “nonsense”: Dom Orani saía da residência, no Sumaré (de Santa Teresa no rumo do Cristo, portanto uma zona turística e que deveria ser melhor cuidada pela polícia) com um padre, o fotografo e o motorista. Abordados, imagino a cena como noticiada nas folhas: os bandidos levam o anel cardinalício, o crucifixo, uma batina e a valiosa máquina e lentes do fotógrafo oficial. Diante de tantos símbolos ritualísticos, só faltaram exigir a bula de nomeação e o barrete vermelho do representante do Papa no Estado, os meliantes “suspeitaram” que a vítima era um padre e pediram perdão. O cardeal os perdoou, mas os assaltantes não devolveram o produto do crime e foram embora. Vale jogar uma praga cardinalística ou desperdoar os insensíveis?

Na mesma cidade, a maravilha da natureza corrompida pelos homens, o serviço secreto da Segurança Pública desbaratou uma quadrilha de oficiais graduados da Polícia Militar, inclusive o terceiro homem na hierarquia da instituição. Investigações comprovaram uma verdadeira organização criminosa em que eram exigidas propinas para que os olhos da lei não enxergassem delitos: no comércio, no transporte ilegal, nas infrações urbanas. Destaque-se que os crimes que os homens da lei protegiam eram justamente os que deveriam combater. Isto é, a nossa polícia promove o crime quando foi criada para combatê-lo. Precisamos dela?

“Eu tenho medo de polícia, de bandido, de cachorro e de dentista”. Por que cachorro? -“Porque cachorro não distingue o inimigo como se fosse polícia”. Por que dentista? - “ Porque dentista bandideira minha boca como se fosse polícia”. Nunca Sérgio Sampaio, autor desta pérola, esteve tão atual!




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