(Climério Ferreira)
O medo povoa as danças
As rezas e os credos exóticos
O medo mora no que não sei
E o que desconheço é o limite da crença
A culpa impede o prazer
A vida escorre entre os dedos dos impulsos
Nada pode impedir que o susto
Irrompa na curva fechada daquele matagal
O medo é a geometria irregular
Das raras e esparsas nuvens
Que vagarosas passeiam no céu
O medo habita o olhar noturno
Que perscruta inutilmente chuvas
O medo é um modo de não ser
É o calafrio involuntário dos pelos
E os passos indecisos no caminho escuro
O medo é a noite e seus presságios
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In Memorial de Mim. Editora Casa das Musas.
Foto de Paulo Tabatinga
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