domingo, 19 de janeiro de 2014

O MEDO & AS DANÇAS DA MORTE

 
(Climério Ferreira)

 

O medo povoa as danças

As rezas e os credos exóticos

 

O medo mora no que não sei

E o que desconheço é o limite da crença

A culpa impede o prazer

A vida escorre entre os dedos dos impulsos

 

Nada pode impedir que o susto

Irrompa na curva fechada daquele matagal

 

O medo é a geometria irregular

Das raras e esparsas nuvens

Que vagarosas passeiam no céu

 

O medo habita o olhar noturno

Que perscruta inutilmente chuvas

 

O medo é um modo de não ser

É o calafrio involuntário dos pelos

E os passos indecisos no caminho escuro

 

O medo é a noite e seus presságios

 
 
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In Memorial de Mim. Editora Casa das Musas.
Foto de Paulo Tabatinga

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