quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Poeminha necessário

Paulo Vilhena


O poema necessário

é grisalho e hipertenso.

Ele vive nas mesas de bar

nostálgico como Nat King Kole,

alegre como Jakson do Pandeiro.

O poema necessário

não tem amigos: todos já deixaram de existir.

Ele brinca com as palavras como as crianças brincam.

Ele teima com as cirroses como os lagartos correm.

Ele rima a teimosia como os vaqueiros sofrem.

O poema necessário faz do mundo e do tempo

um pequenino pedaço deste agora:

Portugal, Bahia, EUA, França ou Inglaterra

em qualquer lugar, eis que está

nosso pequenino poema necessário.

Na TPM da rainha ou na gastrite do rei

na traição da dama

na escatologia ou na alegria do circo.

Necessário até mesmo na vida dos poetas,

que mesmo tutelados

ainda sabem caminhar calçadas

e percorrer paixões.

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