quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

JK E OS APITOS AFINS


1000TON

O Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, dono de um sorriso escancaradamente simpático e carregado de um otimismo contagiante, entrou para a posteridade como o presidente dos anos dourados. Acreditar piamente nisso é o mesmo que achar que um peixe vivo pode viver fora da água fria...
O seu governo, pioneiro em privilegiar maciçamente a indústria automobilística e a construção de estradas de rodagem, arrasou com as ferrovias no Brasil. Contrastando com o deslumbrante sorriso do Nonô, os trilhos arrancados das estradas de ferro, deixaram-nas irremediavelmente banguelas.

1°) Os Apitos conjugados da Morte Anunciada. Prííí! Piuííí!
O Governo JK, ao lançar seu ambicioso Plano Nacional de Desenvolvimento, iniciado por Getúlio, mostrou-se contraditório ao privilegiar o rodoviarismo. Com criação da Rede Ferroviária Federal, em 1957, milhares e milhares de quilômetros de ramais foram extintos, levando o Brasil a caminhar na contramão da história.
A partir daí ouviu-se, cortando os corações, o último apito de cada chefe de estação que foi extinta, juntamente com o último suspiro das velhas locomotivas.

2°) O apito do Guarda Malvado. Prííí!
Quem também teve problemas com a contramão foi o Roberto Carlos, atrapalhado pelo cupido. O guarda levou a carteira do Rei pro xadrez. Assim como as ruas de São Paulo, cheias de carangos, o mesmo acontece com as grandes capitais do Brasil, vítimas do trânsito caótico e da incontrolável poluição.
Os países desenvolvidos, incluindo países do terceiro mundo, como por exemplo, México e Argentina, marcaram seu desenvolvimento com o escoamento da produção e o transporte público sobre trilhos. O Brasil teria economizado enormes divisas se a nossa matriz de transporte fosse outra.

3°) O apito da Fábrica. Pííííí!
Quando lembro daquele apito da fábrica de tecidos, que feria os ouvidos de Noel, em 1933, fico pensando nas fábricas de automóveis que proliferaram no Brasil até os dias de hoje. Meu coração também fica ferido quando agarro a imaginar: como seria melhor para o nosso povo se aqui existissem mais fábricas de navios, de barcas, de balsas, e fábricas de trens, locomotivas e bondes!...
É matemática pura, assim como deveria ser puro o ar que temos todo o direito de respirar: os três transportes são muito menos poluentes, mais seguros, mais econômicos e causam quase nenhum acidente, com muito mais produtividade!

4°) O Apito para Mandar os Ladrões pro Xilindró. Príííí! Chame o ladrão! Chame o ladrão!
Além da incompetência e do uso criminoso das verbas públicas, o Brasil mais uma vez foi vítima da falta de planejamento em transportes.
Gente! A roubalheira foi tanta, que conseguiram até acabar com o Lloyd Brasileiro! O nosso país possui um litoral, que é quase a metade do perímetro do seu território, e não mais explora a navegação marítima...

E tem mais: e os nossos rios, tão abundantes? Quantas autênticas veias e artérias brasileiras deixam de ser utilizadas? Lamentavelmente o nosso transporte fluvial quase não existe...

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