Edmar Oliveira
Sereno, serenata a alma canta
Na viola um martelo agalopado
E o mar bate firme em Iracema
Lá dentro a memória é meu cinema
Canto o choro da viola atordoado
As velas entristecidas em Mucuripe
Já não vibram nos versos do Raimundo
Cai a tarde e o dia moribundo
Lamenta que o sexo se antecipe
Nas meninas iludidas se dissipe
O futuro de Iracema abominado
De um sonho feito brisa abortado
Lábios de mel que amargam nesta aurora
A Praça do Ferreira marca a hora
Que a Praia do Futuro é sem passado
Sereno, serenata a alma canta
Na viola um martelo agalopado
E o mar bate firme em Iracema
Lá dentro a memória é meu cinema
Canto o choro da viola atordoado
Me entristeço na minha Fortaleza
Que ao sonho de outrora não retorna
A poesia do meu tempo não adorna
E rompe em fúria a minha natureza
Lembrando um passado de beleza
Recordo Aldeota emocionado
Quero espantar turistas do mercado
O que fizeram a ti? – minh’alma chora!
A praça do Ferreira marca a hora
Que a praia do Futuro é sem passado
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Da última vez que estive em Fortaleza me entristeci. Não era a que conheci no passado. E este martelo martelou na minha cabeça...
Um comentário:
Caro Edmar,
Seu olhar coincide o meu.
Neste seu lindo martelo agalopado.
Eu também presenciei no meu passado
Iracema de jangada e pescadores.
Hoje assim observando os horrores,
Do progresso e da mediocridade.
Só me resta a lembrança e a saudade
E este texto despertado pelo teu.
Abçs,
Chico Salles.
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