Foi o Fórum de Davos quem denunciou. Os donos do mundo
admitem que, mantendo a situação atual, daqui a quarenta anos os oceanos terão
mais plásticos do que peixes.
A baía de Guanabara já morreu e é uma boca banguela do Levi
Strauss cheia de detritos. Quem vai ao Museu do Amanhã – obra arquitetônica do
mestre Calatrava – fica horrorizado com a quantidade de garrafas e sacos
plásticos que se acumulam num ângulo de noventa graus que o píer do museu faz o
cais. As Olimpíadas acontecem daqui a pouco e nada se fez para a despoluição da
baía, onde acontecerão provas de canoagem. Certamente a baía da Guanabara já
tem muito mais plástico do que peixe. Imaginemos os oceanos assim poluídos.
Parece que o homem vai destruindo o seu planeta de forma galopante.
Não estarei mais aqui para assistir este caos, mas imagino
meus netos num Rio sem praia. Pode ser que o apartamento de frente pro mar
perca valor, pelo cheiro da putrefação dos oceanos. E certamente o impacto na
alimentação por pescados será grande.
Stephen Hawking, numa sobrevivência teimosa na sua cadeira
de rodas, preocupado com o futuro da humanidade, vaticina que o homem só
sobreviverá se trocar de planeta. Acho que não conseguiremos isso em quarenta
anos. E há a possibilidade de destruirmos o planeta antes de encontramos outros
com condição de moradia.
Não seria mais prudente tentar consertar a casa velha, antes
que caia?
(Edmar Oliveira)
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