Escrevi um
poema para o Arnaldo
E sem querer
rasguei o poema
Era um poema
mal fadado
Falando de
um velho tema.
Da morte que
nos espera
Na rua ou
num bar da esquina
Essa deusa
essa quimera
Que nos
eleva e nos ensina.
Na Rua José
dos Santos e Silva
No velho
bairro do Barrocão
Arnaldo bebeu sua alma viva
Com a sede
da sua solidão.
A morte veio
de mansinho
E tocou de leve o seu peito
E o ceifou
com o seu ancinho,
E disse você
é meu eleito.
Você está em
estado de graça
Do vinho vem
a comunhão
Brindemos essa ultima taça
A morte é a
tua consagração.
(Geraldo Borges)
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