Escrevo 
pra saber o que dizer,
na esperança, 
acredito,  
de que o galope das palavras 
dirá 
o a ser dito.
Não colho palavras: cavo.
E não me iludo, por inútil.
Assim, sem rumo, 
no escuro,
apenas escancaro a porta.
E que o verbo  
ache seu prumo.
Nada disso, minto:
palavra alguma revela 
exatamente o que sinto. 
Sem pretender a clareza,
escrevo na claridade,
pois as palavras mais claras 
são de todas as melhores 
pra esconder a verdade.  
(Paulo José Cunha)
 

 
Nenhum comentário:
Postar um comentário