Inspirada na muito bem escrita crônica do Edmar Oliveira, resolvi também dar minha pincelada nos mistérios. Para mim, além dos mistérios de Deus e da física, há outro mais rasteiro e que merece a nossa perplexidade e questionamento. Também folheando uma dessas revistas, como fez Edmar, descobri que, mesmo entrevado pelo devastador mal que o aflige, o cientista Stephen Hawking traiu sua mulher com a enfermeira que o acompanha. Até aqui tudo bem, afinal nos sentimos atraídos por alguém que compartilha de nosso sofrimento e nos ajuda a minorar nossas dificuldades. Isso poderia explicar em parte o tão humano gesto do físico, porém torna-se mistério, quando se sabe que isso é um pensamento feminino, que está anos-luz das intenções primordiais dos homens.
Diante disso, surge o mistério, exatamente este que vagueia em sua mente, neste instante, ou seja, a julgar pela física, o cientista estará mais perto dos buracos interestelares do que daquele que sua mão poderia alcançar.
É necessário que se diga que Stephen Hawking descobriu os buracos negros, mas a existência deles, continua sendo um mistério. Não sabemos, por exemplo, se esses buracos são finitos, há teorias que apontam para outros universos, além do que os físicos podem perceber. Ou pode ser que tudo se acabe dentro deles. Metaforicamente, essas teorias servem ao físico, que deixou escapar a chave do enigma, por ter riscado de suas hipóteses, a paciência e generosidade da enfermeira, mistérios que vão além do buraco negro.
Stephen Hawking, como todos os homens, em seu pragmatismo e superficialidade, não consegue entender as mulheres. Talvez um dia se surpreendam, quando for possível enxergar além da materialidade das estrelas. Há um grande mistério por detrás do mundo sensível e à mulher não falta metafísica. Por isso, para nós é muito mais fácil acreditar em Deus, que, pelo menos, nos desafia a pensar, do que na obviedade do homem.
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