Antes de iniciar o meu reles e prosaico artigo, gostaria de dividir com o meu caro e raro leitor o melhor presente de natal que recebi:
O ESTADO PALESTINO foi reconhecido pelo Brasil !
Decisão soberana que muito nos engrandece.
NUNCA DANTES houve uma aproximação tão grande e de tamanha importância dos povos árabes e muçulmanos.
Entra ano, sai ano, no período de Natal e Ano-Novo, muita gente baixa na choupana do Velho Pai de Santo Benedito para pedir a sua “bença” e levar presentes e alimentos para o povo mais necessitado.
Todos que por lá chegam já sabem: para passar da porteira têm que tirar os sapatos e caminhar no chão de terra até a casa do Velho. Ele já está na porta esperando os peregrinos com a mão estendida, convidando todos para entrar e se aboletar do jeito que der.
A uma boa distância dali todos já sentem o cheirinho gostoso do feijão tropeiro, preparado nos panelões de barro num fogão a lenha. Tem sempre também broa de milho saborosa e café fresquinho , passado na hora. Para quem é de cachaça tem sempre uma purinha, arretada que ela só, esperando “o freguês”.
Todo mundo pode entrar que a casa é sua: pobre, rico, preto, branco, todas as raças e todas as religiões, só não é bem chegado aquele que:
“ não fala com pobre,
não dá mão a preto
não carrega embrulho
pra que tanta pose doutor
pra que esse orgulho? ”
Benedito, sempre que vai começar a contar uma história, canta um mote antigo que ele aprendeu com os escravos africanos, que diz assim:
“ chega Sá Zefa, chega Sinhá
chega Chico e Bastião
pruqui agora vô contá
o que vi na Capitá
uma coisa de fazê espantação ”
...e todo mundo vai chegando mais perto para ouvir, assim vai rolando o encontro até que se aproxima a meia-noite:
Aí Preto Velho faz uma saudação em yorubá, clamando pela paz entre os homens e convida todos para ajudarem a carregar um grande carro de bois com tudo que trouxeram os visitantes.
Esse carro, que possui 3 parelhas de bois muito bonitos e amestrados, todos com uma estrela na testa, é conduzido pessoalmente por Benedito pelas estradas da vida, quantas vezes forem necessárias, até que todos os presentes sejam distribuídos para os mais pobres desse Brasil.
Sim, meu caro e raro leitor, o Natal aqui na nossa terrinha já foi comemorado assim... Desde muito tempo, acredite. Lamentavelmente a maioria dos nossos irmãos brasileiros não participa ou não se lembra mais...
O poderoso Santa Claus, o velho branquelo, barbas e cabelos cor da neve, gorducho de olhos azuis, com suas bochechas rosadas, tomando Coca-Cola no bico da garrafinha, pilotando o seu trenó turbinado puxado por renas bi-iônicas caiu arrebatadoramente no gosto dos nossos conterrâneos...
“ DE REPENTE VENDI MEUS FILHOS / A UMA FAMÍLIA AMERICANA / ELES TÊM CARRO / ELES TÊM GRANA / ELES TÊM CASA / A GRANA É BACANA............................”
Axé, Babá!
E viva a Palestina !
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