quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O Preto Novo e o Preto Velho

1000TON


A imagem daquele preto velho com cachimbo está presente na maioria das paredes dos lares brasileiros, sejam elas de pau-a-pique, caiadas, rebocadas ou emboçadas. Essa figura serena parelha com a santa ceia, tão reverenciada quanto.

O preto novo Obama, lá por aquelas EUA-bandas também ostenta fama, e, adotado pela maioria das ianques-famílias, reencarna a proteção e esperança em dias melhores que, com certeza chegarão, se Abraham Lincoln quiser, e ele há de querer, Amém !...


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Mas acontece que os tais melhores dias não andam acontecendo com a velocidade desejada pelo afro-muçulmano presidente do maior império econômico do mundo (ainda é?). A notícia que vou dar agora é muito mais do que um furo, é uma cratera vulcânica em erupção, uma notícia de fazer cair cachimbo de senador republicano:

Bomba! Bomba de nêutrons! O irmãozinho Barack, em missão ultra secreta, saiu da Casa Branca e foi encontrar-se com o nosso preto-velho Benedito, que já dizia “felicidade também mora na Bahia”, em sua tosca choupana, próxima à margem esquerda do Jequitinhonha. Benedito, há muito, tinha pendurado as chuteiras, digo, os tamancos , e não mais aspergia balsâmicas baforadas para espantar maus olhados, o velhinho acostumou-se a ficar quietinho no seu canto, meio esquecido, depois que o consumo desenfreado de auto ajuda tipo Lair-Ribeiriana, como também de religiões-para-todos-os-gostos-e-divindades, invadiram o planeta.

Porém, não foi capaz de recusar-se a receber um neto-de-cor, implorando de joelhos pelo candomblêico-encontro com direito a fumacê, banho de descarrego e tudo mais. Não era um pedido qualquer, lá isso não era não. A nobilíssima alma do velhinho curvou-se à extrema importância daquele momento. Os destinos do mundo poderiam estar ali envolvidos.

Sar- ra –avá, pr-eito vi-élio! Saudou Obama, reverenciando o preto-avô com seu carregado americano sotaque. Chega mais pertim do véi misifí, do jeito que suncê, só o hôme é que pode te ajudá! No início da conversa escutou as lamúrias do preto-neto, muitas delas já previsíveis, pois o nêgo-cachimbeiro conhece bem o que é ser da cor em terra de branquelo azedo de olho azul.


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Desabafado o lado pessoal, Obama entrou logo nas questões internacionais, sobretudo naquelas inerentes aos países mais pobres do planeta, prioridade estabelecida de comum acordo, desde quando essa audiência fora marcada, diretamente por Obama, via Embratel.

Papo vai, papo vem, Benedito fez questão de dar um puxão de orelhas, dessas bem dadas, que deixou as obâmicas orelhas bem vermelhas de tão inchadas, ficando até maiores do que já são. Isso aconteceu quando o orelhudo presidente insistia nessa velha babaquice escrota, que não cola mais: de dizer que a guerra dele era justa, que os americanos possuem soberania para garantir a democracia dos povos, que são os guardiães da paz internacional, e blá-blá- blá...


Depois disso Barack percebeu que não tinha mais nada que fazer ali: o cenho zangado do velhinho estava denunciando perigosamente o fim da sua paciência. Então, meio que abobamalhado, agradeceu muitíssimo pelo encontro, despediu-se envergobamanhado, beijou consternado umas três vezes a mão calejada de preto-avô, reconheceu ser merecedor dos carões que recebeu e prometeu, de pé juntinho, que levaria para a casa preta, quero dizer, para a casa branca, as lições recebidas naquele ébano-encontro.

Soube-se que foi o Lula quem conseguiu o telefone do velho para o presidente dos States. Aliás, o nosso pançudo presidente não despacha sem o cheiro da baforada do preto Benedito. Este não precisa estar presente no Alvorada. Lula levou um garrafão de cachaça vazio, lógico, a cachaça ele tomou toda, para o preto baforar dentro e trouxe para Brasília. Nosso supersticioso presidente, com a sua popularidade obama nas alturas, abre as seções ministeriais, destampando o garrafão, dando uma cheiradinha, colocando rapidamente a rolha de novo no gargalo.



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Ah! Preto velho Benedito, esse mundão está cada vez mais precisando dos conselhos e das baforadas de sunçê!... A sede pelo poder e a opressão grassam cada vez mais por aqui. Até a década de 80 o homem era o lobo do homem.

Atualmente, com o advento da globalização, o homem passou a ser o lobisomen do homem.


Á PARTE: A H Ú Ú Ú Ú Ú ! ! ! OUÇO O UIVO DOS LOBOS PUXANDO O TRENÓ DE PAPAI-NOEL, AO FUNDO UMA IMENSA LUA CHEIA.



FELIZ NATAL

1000TON

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