quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Química do Amor



Edmar Oliveira

Esses cientistas maravilhosos e suas descobertas voadoras aprontaram mais uma. Publicaram em revistas científicas de crédito acertado que, no nível bioquímico, secretamos substâncias da paixão. A descoberta da ocitocina num ser, combinada a lá-não-sei-o-quê do outro provocam paixões furiosas. Insinuam mesmo que, num futuro próximo, comerciaremos a paixão nas farmácias, que já nos fornecem um comprimido “azul-da-cor-do-mar” se uma outra deficiência erétil se apresenta. O problema é que a minha paixão por aquela morena só se concretiza se ela também tomar da droga prescrita no consultório do Dr. Love. Ou a gente toma um chope e pergunta ao que seria nossa cara metade: - “vamos tomar uns comprimidos de paixão antes de pedir outro?”
Eu não sou de duvidar das vantagens das pílulas da facilidade. Pelo menos ao que diz respeito à pílula azul o desembaraço pode facilitar, se já deixamos de ser comandados pelos nossos corpos cavernosos. A fúria dos vinte não chega aos sessenta. Mas se precisa de vontade e muita. É essa parte, que não tá no controle da pílula, que mais comanda o ser humano numa pequena diferença ao animal. Por mais que a neuroquímica evolua não deposito minha fé nas moléculas milagrosas. Antes delas, ou melhor, elas só fazem efeito na minha vontade em que os acontecimentos são provocados. E não adianta tomar pílula quem não tem vontade de namorar. Essa coisa de um gostar do outro não está nos manuais da neurociência. Tá inscrito naquele canto de olho, num “em comum” que nem se sabe o quê, até mesmo escrito nas estrelas. Essa magia da paixão não se encontra nas pílulas, mas nas vontades das emoções que salta de um para o outro sem controle algum...

Um comentário:

Sandra chaves disse...

Sentimentos em cápsulas. O mundo é assim mesmo, toma-se um para dormir, que amanhã o dia vai exigir,outro pra manter-se desperto, mais um pra se apaixonar,e claro,um para potência. Se nada der certo: antidepressivo.
E ficamos nós aqui, a teimar em emoções reais, boas ou ruins, mas reais. Tolinhos!
Bj, meu querido, vou insistir ainda no real.