Geraldo Borges
O homem caminhava por uma calçada de uma cidade grande, iluminada, cheia de vitrinas. E de sombras. Era uma noite de frio. Estava sem agasalho, sem luvas, sem chapéu, exposto ao inverno. Tremia.
De repente virou o rosto para o lado da rua e viu um carro vermelho estacionado, sem ninguém dentro, no meio de tantos outros carros de várias cores. Aproximou-se dele e enxergou pela janela, em cima do banco da trás, um agasalho. Por que aquele objeto estava ali se não tinha ninguém dentro do carro. Nesse caso estaria sobrando. Olhou para um lado e outro. Luz e sombra. Pessoas apressadas dirigiam-se para suas casas, corriam para pegar ônibus. Vitrines piscando os preços das mercadorias. O agasalho piscou.
O homem de repente ouviu uma voz dentro dele. Pega uma pedra, um tijolo e quebra a vidraça da janela do carro, apanha o agasalho, teu corpo está precisando dele. Não fica tremendo deste jeito. Seja homem.
O homem vacilou. Deu um passo
Lá na frente ao dobrar a esquina viu um menino de rua, maltrapilho, deitado, tiritando em cima de velhos jornais. Nesse momento o homem ouviu a sirene da Policia. Longe. Mas não se abalou Na cidade toda hora a sereia da Policia dispara. Olhou de novo para o menino e viu seus olhos verdes, como os dele e não se conteve. Tirou o casaco de lá e o cobriu com todo o cuidado e desvelo. O som da Policia cresceu em seus ouvidos, Ele pensou
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