quinta-feira, 7 de agosto de 2008

astronauta seresteiro

Edmar Oliveira


Sabem daquela canção do Gil?: "Poetas, seresteiros, namorados, correi / É chegada a hora de escrever e cantar / Talvez as derradeiras noites de luar..." Armstrong tinha acabado de pisar na lua e Gil previa o início da pós-modernidade, onde já não teria lugar para os sonhos dos românticos. A tomada da lua pelos homens no espaço arrancava das liras dos poetas aquele luar que embalava a poesia.
O ministro tinha razão: "Momento histórico / Simples resultado / Do desenvolvimento da ciência viva / Afirmação do homem..." Anunciava assim o fim as grandes narrativas que constituíam o homem moderno. A natureza deu lugar aos deuses, que se fizeram um só no monoteísmo, deus que se tornou rei na monarquia, rei que foi destronado pelo povo na república, povo que ficou egoísta nas nacionalidades e no racismo, raça que se ergueu classe no proletariado, movimento abalado na derrubada do muro de Berlim. E perdidas as grandes narrativas que balizavam o homem moderno, na afirmação do homem na pós-modernidade ficamos sós...
E nesta solidão do individualismo pós-moderno nos assalta a dúvida da encruzilhada. Seguir em frente significa a barbárie. No desvio do caminho podemos tentar sonhar alguns momentos diferentes.

Juro a vocês que olho pra lua e vejo o Piauinauta tocando banjo.
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