domingo, 21 de fevereiro de 2016

VIAJANDO

ilustração: Antônio Máximo


Cem anos depois da genialidade de Einstein ter proposto sua existência, os cientistas conseguiram provar que as ondas gravitacionais viajam entre galáxias deformando a dimensão espaço-tempo.

A ficção já tinha proposto sua existência com as viagens do Capitão Kirk e Spock na série Jornadas nas Estrelas, levando a Enterprise a lugares infinitamente distantes usando a dobra do espaço-tempo proposta pela ciência. Pena que o criador da série e seus atores principais do “Star Trek” original morreram sem saber que aquelas viagens na ficção um dia poderão ser realidade. Talvez num tempo tão distante que os seres viventes de hoje, de amanhã e de muitas gerações futuras testemunharão. Se para provar a hipótese custaram cem anos, torná-la prática temos que ter a santa paciência.

Por hora, o que a ciência achou prova foi de que a massa de corpos em vertiginosa colisão criam ondas modificando a quarta dimensão, que encurta ou encomprida distância nas três dimensões onde nos situamos. Duas consequências para a astrofísica: nada está no lugar onde vemos com os poderosos telescópios, já que a luz não se desloca em linha reta; e a constância de sua velocidade pode ser modificada pela dobradura do espaço-tempo.

Se isso, para os cientistas, significa a maior descoberta do século (e os autores da façanha já são indicados prematuramente ao Nobel), para mim gerou maior confusão no entendimento do que já não entendia, eu que já me confundo com fuso horário.

Os cientistas esperam ouvir a explosão do Big-Bang  captando as ondas gravitacionais da explosão que gerou o universo. E eu, que já estava gostando da ideia que não houve uma explosão inicial que desse origem a tudo, volto a perplexidade.

Pra mim a afirmação das religiões de que o Criador do universo não teria principio e nem fim explicava era o próprio universo. Como não acredito num criador inteligente, sempre achei que quem não tinha principio nem fim fosse o próprio universo com seus mistérios.

Mas vamos deixar as conjecturas para os homens da ciência. Eles que são capazes de compreender o cosmo, mas não conseguem eliminar um mosquito que faz a viagem espacial do vírus da dengue, chicungunha e zica.  E esses vírus já conseguiram usar o homem e o mosquito para efetuar sua dobra tempo-espaço e saírem das florestas africanas para o mundo.

Acho que vou rever o Capitão Kirk conduzir a Enterprise para entender melhor essa descoberta. Ou então escutar o disco do velho Bezerra da Silva para compreender melhor as ondas gravitacionais e porque os mosquitos e os vírus estão fora de controle.

(Edmar Oliveira)







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