Xilogravura de Ciro Fernandes |
35)
Do barro que a palavra acendeu teu nome,
debuta esse veneno de cerejas. E os
animais da arca, e as feras da savana,
todos virão beber no cálice dessa aurora.
Todos, face à fé que virou osso; todos,
face ao maquinário de desovar almas.
Nem pedra de cantaria, nem barco
naufragado, nem sangue em ponta de faca,
escreverão o rio de tua herança. Recruta
teus dias no sol sobre as algarobas, no
remoinho das rotas perdidas. O vento
não tem raiz.
SALGADO MARANHÃO
(Do livro Avessos Avulsos)
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