O desocupado às vezes se enche de inutilidades ou de
problemas que não deviam lhe chamar a atenção. Estava vendo um programa de TV
sobre a relação entre os cientistas da computação e os hackers, seus
concorrentes na ilegalidade.
Os primeiros montam os segredos para dificultar a invasão
dos segredos que os computadores possuem. Os segundos, tentado violar esses
segredos. Os hackers quase sempre ganham, o que faz a ciência da computação
evoluir mais ainda.
Tomemos um problema simples: a criptografia alfa numérica da
maioria de nossas senhas banais. Isso já está sendo desvendado pelos hackers
com facilidade. Os dados de nossa conta bancária, ou a simples senha dos nossos
e-mails já são violados facilmente com a criptografia que estamos usando no
momento.
Mesmo as impressões digitais ou o reconhecimento de nossa
íris, já implantados em alguns computadores bancários, podem ser desvendados
pela ação dos hackers, segundo o programa de TV que estava vendo. Portando os
cientistas da computação já estão estudando outras formas de criptografar
nossas senhas.
Uma delas está sendo conhecida por criptografia quântica. Na
física quântica um objeto pode estar em alguns lugares diferentes ao mesmo
tempo. Se eles conseguem trocar a criptografia digital entre o zero e o um,
como acontece no comportamento das partículas quânticas, os hackers não vão
saber distinguir entre o zero e o um trocando de lugar o tempo todo. Não me
perguntem como eles fazem isso porque eu jamais saberia explicar. Mas que é
interessante, é.
Mais maluca é uma segunda tentativa chamada de “computação ultra
paranoica”. Nessa o computador capta o movimento de como digitamos nos botões.
Os cientistas malucos descobriram que cada um de nós tem uma forma peculiar de
digitar senhas, executar notas musicais, ou fazer um texto no teclado do
computador. Esse modo padrão é interno e nós não nos damos conta de que ele
existe. Portanto, as senhas do futuro nem vai precisar que nós saibamos delas.
O computador vai interpretar o “jeitão” de cada um digitar um teclado.
Isso mesmo que vocês estão pensando. Na “computação ultra
paranoica” nem nós saberemos a senha que teremos. Se o cientista não for
internado, os hackers vão ter um
trabalho dos diabos para violar os segredos de um computador tornado esquizofrênico...
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ilustração: Gervásio
ilustração: Gervásio
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