domingo, 5 de abril de 2015

Ultra paranoia


(Edmar Oliveira)

O desocupado às vezes se enche de inutilidades ou de problemas que não deviam lhe chamar a atenção. Estava vendo um programa de TV sobre a relação entre os cientistas da computação e os hackers, seus concorrentes na ilegalidade.

Os primeiros montam os segredos para dificultar a invasão dos segredos que os computadores possuem. Os segundos, tentado violar esses segredos. Os hackers quase sempre ganham, o que faz a ciência da computação evoluir mais ainda.

Tomemos um problema simples: a criptografia alfa numérica da maioria de nossas senhas banais. Isso já está sendo desvendado pelos hackers com facilidade. Os dados de nossa conta bancária, ou a simples senha dos nossos e-mails já são violados facilmente com a criptografia que estamos usando no momento.

Mesmo as impressões digitais ou o reconhecimento de nossa íris, já implantados em alguns computadores bancários, podem ser desvendados pela ação dos hackers, segundo o programa de TV que estava vendo. Portando os cientistas da computação já estão estudando outras formas de criptografar nossas senhas.

Uma delas está sendo conhecida por criptografia quântica. Na física quântica um objeto pode estar em alguns lugares diferentes ao mesmo tempo. Se eles conseguem trocar a criptografia digital entre o zero e o um, como acontece no comportamento das partículas quânticas, os hackers não vão saber distinguir entre o zero e o um trocando de lugar o tempo todo. Não me perguntem como eles fazem isso porque eu jamais saberia explicar. Mas que é interessante, é.

Mais maluca é uma segunda tentativa chamada de “computação ultra paranoica”. Nessa o computador capta o movimento de como digitamos nos botões. Os cientistas malucos descobriram que cada um de nós tem uma forma peculiar de digitar senhas, executar notas musicais, ou fazer um texto no teclado do computador. Esse modo padrão é interno e nós não nos damos conta de que ele existe. Portanto, as senhas do futuro nem vai precisar que nós saibamos delas. O computador vai interpretar o “jeitão” de cada um digitar um teclado.

Isso mesmo que vocês estão pensando. Na “computação ultra paranoica” nem nós saberemos a senha que teremos. Se o cientista não for internado, os hackers  vão ter um trabalho dos diabos para violar os segredos de um computador tornado esquizofrênico...


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ilustração: Gervásio






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