Aberta em cruz, a cidade
engole seus presságios;
ergue sua cabeça nua,
sua fronte suspensa sobre
a fome e a omoplata.
Nunca a desprezo ou subestimo
suas sandálias em carne viva.
Cáusticas, curtidas onde o ranço
é moeda que o tempo não paga.
(a luz metálica das seis
e o chão enclausurado sob medida).
Este descanso que por vezes
se diz crepúsculo.
Noutras, tocaia.
(Nathan Sousa)
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foto: "tragadas" de Paulo Tabatinga
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