(Edmar Oliveira)
Esses cientistas maravilhosos e suas pesquisas fascinantes
descobriram que em certas savanas africanas, com alimentação escassa, o
comportamento de algumas tribos de chimpanzés derruba o mito de que a violência
entre eles só acontecia com a ação humana. Surpresos, alguns estudos mostram
que há formação de simulacro de exércitos para combater outros grupos. Ataques
de verdadeiras emboscadas e infanticídio com matança materna e estupros também
acontecem. Tal qual o comportamento humano de genocídio étnico.
Quanto maior o número de machos numa comunidade, mais
violenta ela é. A crueldade desmistificou a crença que tínhamos no altruísmo
dos animais, desabafou um pesquisador.
Cá com meus botões, também fiquei deveras impressionado com
a descrição de ataques e atos covardes de violência contra um semelhante.
Pensava que esse era um comportamento estritamente humano, desde quando
atingimos a glória da evolução e fomos expulsos do paraíso. Tinha pensado, até
então, que a glória da evolução ou a expulsão do paraíso tinham feito de nós
sujeitos da cultura, separados da natureza.
O ser humano, um macaco que não deu certo na integração da
natureza, nasce completamente imaturo, ainda não humano, e assim se torna pelo
auxilio de um outro que lhe dispensa cuidados maternais. Separado da natureza,
pode subjugá-la dentro de códigos humanos que denominamos cultura. E por termos
nos separado da natureza, podemos agredi-la, inclusive ao que resta em nós
mesmo de natureza, com a guerra entre semelhantes da mesma espécie. Em nome da
cultura, compreendemos o barbarismo da guerra. Parece contraditório, mas não é.
Mas lá na savana africana, a guerra e atos cruéis entre
inocentes macaquinhos que deveriam estar integrados à natureza, tal
comportamento me era completamente incompreensível. A menos que tenhamos
descoberto o elo de ligação, exatamente a tribo da qual descendemos ou aqueles
macacos descenderiam de uma tribo que renegou o alto da evolução e caminhe para
a reintegração de seus membros à natureza e desejam ardentemente voltar ao
paraíso.
Colossal dúvida existencial!
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