domingo, 19 de outubro de 2014

BRINQUEDO PERIGOSO

usuário com o acessório e o Oculus Rift

(Edmar Oliveira)

Já existe um novo candidato a milionário no mundo da internet. Palmer Luckey é o nome do garoto prodígio que numa garagem teve uma ideia tipo “ovo de Colombo” dos seus antecessores Bill Gates ou Steve Jobs, entre os inventores virtuais modernos. O garoto pensou numa geringonça acoplada à cabeça, com imagens 3-D que mudam conforme o movimento de corpo e da cabeça do usuário. Numa sala, o usuário andando ou movimentando a cabeça para os lados ou acima e embaixo faz com que a imagem visual se modifique na mesma proporção. Quem já testou o aparelho atesta a sua capacidade de criar uma realidade virtual e as reações das pessoas são impressionantes. Algumas reações de usuários do aparelho é como se estivessem tendo um ataque de loucura[1].

O nome da geringonça é Oculus Rift previsto para lançamento em breve com acessórios. É que além de acessórios opcionais (armas, volantes, joystick) a indústria que comprou a ideia de Palmer bolou um acessório obrigatório que acompanha o treco. Um “andador” para adultos, que não sai do lugar, com cinto de segurança, que impede que o usuário não saia andando pela sala e pule a janela inadvertidamente. Sabe como é: o ataque de loucura tem que acontecer com o paciente imobilizado para que o fabricante não seja acusado de induzir acidentes ou ataques suicidas. Um brinquedinho pra lá de perigoso!
pânico num usuário idoso

Na minha época, o cara para fazer uma “viagem”, como a prometida, fumava “unzinho”. E ficava abestalhado destacando os sons mais intensos das músicas na vitrola, vendo a realidade passar em câmara lenta ou se acabando de rir do quê não tinha graça, se estivéssemos careta. Os mais ousados faziam uma “viagem psicodélica” com LSD. Mas era apenas uma distorção da realidade que nunca chegava a ser virtual. 

Agora não: a droga é virtual com criação de uma realidade que não existe. Pelo que vi nas demonstrações do aparelho, não tenho a menor vontade de ser submetido a uma loucura virtual, amarrado num “andador” para não ter perigo de me machucar ou machucar alguém. E é interessante como essa droga é legal e vai ser vendida livremente no comércio, para que os meninos apreendam a loucura da vida real a partir de uma realidade virtual. Tristes tempos!

Tudo o que tentei descrever aqui não chega perto das reações em tempo real que a geringonça provoca nos seus usuários como pode ser visto nos links abaixo.





[1] Você pode ver o funcionamento do Oculus Rift em: http://youtu.be/INDKNA7kXoo ou em http://youtu.be/dokd29KCzKo



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