domingo, 2 de março de 2014

SAGRAÇÃO

Te aceito como se música
a tocar-me os ossos, como
se um rito 
me abrisse em brisa,

ó tiara de lua cheia!, 
ó chão de xananas!

Vê,
o mar sangrou meus frutos 
em tuas falésias. O mar
que é memória 
e sagração.

Se disseres à lua nômade
--dança sobre as águas, ó
flor invertebrada, ela 
o fará. Porque

tudo se rende ao secreto
dom de amar.

É assim que mordes minha casca
mítica, 
por onde escorrem
estrelas sobre ti.

(Salgado Maranhão)
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desenho: Amaral

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