domingo, 24 de novembro de 2013

1 verso



BOA ESPERANÇA

Ou ÁGUAS DILACERADAS


Deram um nó nas tripas do rio

E deixaram os peixes a ver navios


Para arrancar energia desse estrangulamento

Assassinaram a vontade das águas


Vez por outra se vê crescer onde era rio

Uns matinhos recém-desafogados


Ao sentir que o fluir das águas esgarça

O verde denuncia uma ameaça


Não pesque a lua refletida nas águas

Nem as estrelas da superfície da noite



(Climério Ferreira)
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foto do site acessepiaui: o rio antes navegável após o "nó nas tripas" que o poeta chora

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