Geraldo Borges
Um espectro ronda a Europa, assim diz
Marx no inicio do manifesto do Partido Comunista, com certeza, como profundo
conhecedor da literatura Européia como da sua economia, estava parodiando
Shakespeare.
Quem não conhece a aparição do
Espectro, o pai do príncipe Hamlet, contando que o seu reino foi usurpado. E
que Hamlet precisa agir. Mas Hamlet não age. E na duvida, na protelação vai
desencadeando toda uma tragédia família no seu reino podre da Dinamark.
Um novo espectro está rondando a
Europa, e vai, ou já começou a desencadear uma tragédia econômica e política.
Por que o espectro agora não é simplesmente uma metáfora de ficção, e uma
realidade impura que como um cogumelo venenoso está crescendo pelas ruas,
praças e pátios da velha Europa, que já foi gloriosa e berço de algumas civilizações,
mas, agora, está à beira da decadência, vitima de sua própria insensatez.
O sonho de uma Europa unida é muito antigo.
Napoleão tentou, fazendo as suas guerras, foi derrotado, mas virou um
mito. Santa Helena, ilha de Elba. As
guerras napoliônicas criaram um novo mundo. E o resto da Europa de hoje com
seus castelos e pequenos reinos deve-se muito a Napoleão.
Na segunda Guerra Mundial a Europa,
saiu do front, dividida. Hitler quis unir o continente, sob a bandeira do
nazismo, mas precisava abater os judeus, o seu pior espectro. Terminaram construindo
o muro da vergonha. O plano Marshall conseguiu por algum tempo escorar a economia. Dar algumas décadas de
paz, de bonança.
Veio a globalização. E o sonhando plano de
unir a Europa, a União Européia, sob o signo de uma só moeda, o Euro. A
Inglaterra ficou de fora, na sua posição de ilha, isolada, fora do continente,
com a sua valorosa moeda, libra esterlina, vazada com a efígie da rainha, com o
seu Reino Unido.
Estamos vendo pela mídia o que está
acontecendo com os países mais vulneráveis da Europa. Países estes que foram as
bases da civilização ocidental, como Grécia, Itália, hoje atolados em dividas,
juntamente com Portugal, Espanha, os grandes percussores da navegação.
Voltando ao espectro, ele está rondando de
novo a Europa. As vigas da União Européia vão rachar e mais uma vez as
tentativas de um velho continente se ajustar em um bloco econômico coeso e
livre de tribulações cairá por terra; será se é temerário dizer que a Europa está
num beco sem saída. Para tudo tem uma saída. Os seus governantes estão na murada
olhando os mares por onde navegavam em busca do ouro. Agora estão vendo apenas
o espectro. O diabo e ouvir e entender o que ele está dizendo. E tomar uma
atitude. Eis a questão. Do contrario a tragédia se repetirá, no teatro da vida.
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