A ESCULTURA VEGETAL
No meu caminho há uma enorme árvore
Com as raízes inúmeras expostas ao vento
O tronco todo marcado por seivas ressecadas
Sua copa de tão alta quase não dá sombra
Os galhos assumem uma palidez clara
Ostentando aqui e acolá manchas marrons
Deles se lançam cipós retorcidos e pendurados
Qual seres que se embalam à beira do abismo
Tal árvore se mostra entre vegetal e fóssil
É-me impossível adivinhar o que ainda é
Talvez uma escultura tenebrosa e bela
Que o tempo cuidou de esculpir ao acaso
(Climério Ferreira)
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