domingo, 10 de abril de 2011

Cinema: Stagecoach


Quando nasceu foi registrado como Marion Robert Morrison, nome logo trocado por Marion Mitchell Morrison. Mas o que ele detestava mesmo era o tal de Marion, de origem francesa, derivado de Maria. O que, convenhamos, não combinava com seu porte físico e tipo durão. Ao atuar em "Letra e Música", de James Tinling, seu nome foi creditado como sendo Duke Morrison, mas foi como John Wayne que entrou para a história, tornando-se o mais famoso caubói do cinema. Entretanto foi desempenhando o papel de um jogador de futebol em "Amor e Esporte" que iniciou sua carreira, em 1926. Fez pontas em 17 fitas até ser chamado por Raoul Walsh, em 1930, para ser o ator principal em "A Grande Jornada". Foram mais 78 filmes de baixo orçamento até ser convidado por John Ford para atuar em "No Tempo das Diligências" (Stagecoach),em 1939.



Uma caravana em viagem pelo Velho Oeste é atacada pelos índios Apaches. O grupo é um retrato reduzido da sociedade americana da época: um médico alcoólatra , um pistoleiro, uma prostituta, um banqueiro, um jogador e uma mulher grávida. Ao longo da viagem enfrentam perigos e revelam sua verdadeira natureza. Wayne interpreta o pistoleiro fugitivo que atende pelo ridículo nome de Ringo Kid. Seu objetivo é chegar a Lordsburg e liquidar os irmãos Plummers que mataram seu pai e seu irmão. Isso, evidentemente, acontece no final do filme, mas antes Ringo tem uma atuação heróica no combate aos índios. Por conta disso o xerife resolve não prendê-lo e permite que ele parta para uma vida nova no seu rancho do México. De sobra Kid leva na bagagem Dallas, a prostituta, vivida por Claire Trevor. Com uma excelente trilha sonora, ótima fotografia, elenco de primeira e direção do genial John Ford, "No Tempo das Diligências" é um dos maiores westerns já produzidos por Hollywood.


Orson Welles disse que assistiu a Stagecoach mais de 40 vezes, antes de produzir sua obra-prima, Cidadão Kane, em 1941, e Akira Kurosawa afirmou que Stagecoach era um de seus filmes favoritos e o influenciou quando fez os Sete Samurais em 1954.


As duas tentativas de direção de Wayne não lograram êxito. A primeira foi em 1960 com “Álamo”. Oito anos depois, com “Os Boinas Verdes”, tentou mostrar a guerra contra o Vietnã como um conflito heróico. Não convenceu ninguém e ainda despertou a fúria dos opositores a essa maldita intervenção militar estadunidense que realizaram vários protestos contra a exibição do filme.


Politicamente de direita, (daqueles que acreditam que comunistas comem criancinhas) foi convidado em 1968 a concorrer à Presidência da República pelo Partido Republicano, não aceitando o convite por não acreditar que um ator de cinema pudesse vir a ocupar tão alto cargo. A história prova que ele estava enganado, que um ator (e até mesmo uma besta) pode se tornar presidente dos Estados Unidos da América.


Wayne teve problemas com o álcool. Numa determinada época suas cenas tinham que ser filmadas antes do meio dia, porque à tarde ele se embriagava.


Eu acredito na supremacia dos brancos até que os negros sejam educados a um ponto de responsabilidade. Eu não acredito em dar autoridade e posições de liderança e julgamento para pessoas irresponsáveis”. Observações desse tipo tornaram famosa sua polêmica entrevista à revista Playboy publicada em 01 de maio de 1971.


John Wayne casou-se três vezes. Com Josephine Alicia Saenz, em 24/06/1933; com a atriz mexicana Esperanza Baur (que tentou matá-lo porque acreditava que ele tinha um caso), de quem se divorciou em 01/11/1954 e, no mesmo dia, casou-se com a peruana Pilar Pallete. Nos anos próximos à sua morte Wayne estava romanticamente envolvido com sua assistente Pat Stacy que, mais tarde, publicou o livro, "Duke, uma história de amor.”


Em setembro de 1964, teve seu pulmão esquerdo removido por conta de um câncer. Em março de 1968, foi submetido a uma cirurgia para substituição de uma válvula cardíaca e, em janeiro de 1979 foi diagnosticado um outro câncer (dessa vez em seu estômago) vindo a falecer em junho do mesmo ano, com 49 anos de duelos e caval-gadas e 72 de idade.

Um comentário:

Netto de Deus. disse...

1000tão, mas ele morreu mesmo foi porque a última bala do tambor do Colt 45 bateu catolé.
Falar nisso, que rumo terá tomado a stagecoach com a refilmagem do Indomãvel "paraguaio"?!