domingo, 13 de março de 2011

rinha


Graça Vilhena

.

o que se empluma no galo
é matéria no seu dono
coisa afrutada e completa
ungida de valimento
.
por isso não ouso propor
o galo que enferruja
na fria rosa-dos-ventos
nem aquele que se perde
nas manhãs inauguradas
.
o homem é a própria rinha
apagando dos quintais
o seu ofício de chão

Um comentário:

Rubens de Figueiredo disse...

Graça Vilhena grande poetisa!
"Não velarei teu sono
Nem serei o aguador de tuas palavras vidrosas
Creio nos galos..."
Maravilhosa!