Paulo Vilhena
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................................................... Para Edmar Oliveira
Era a rua e era a noite:
a tarde não, porque a tarde esfriava no gelatti.:
o novo pasto abrigava nossos sonhos
como éguas com frio
como nicinha doida para estuprar o tempo
e pierre baiano ouvindo núbia lafaiete
enquanto as coroas do parnaíba
aceitavam seus esgotos.
Era noite, era?
E quando fosse outro dia,
e quando fosse mais do que a valia
dessas ruas da glória, Campos Sales?
E se fosse a peteca na praça
que cada um de nós pode comer o dia e o amanhã
o que será mais indigesto –
o que resta de mim ou o que me resta
a tarde, a manhã, o coração ou o dia –
prefiro assim:
na rua da glória empinar lembranças
e por falta de frio
parir-me desse parnaíba,
sem pensão, mas com a pulsão
da poeticidade.
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