quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sólida

Ana Cecíla Salis

Fui
e sou
pura
insana
em qualquer instante inquieto

Sou...
casta
virgem e puta
onde nem me sei
e também onde bem me quero...

Me esclareço
Em nó
No lampejo

De algumas poucas
de minhas palavras...

Me reconheço
suja
e limpa
no espelho d'aguas
bêbadas...
claras...
turvas...
Na chuva fina...
na rendição das mágoas...

E me retorço em mim...
No gosto cinza
da lua cheia
viva e prenha
de minh'alma oca...

E me gosto
tanto...
Se
e só
No céu de estrelas
Da tua boca

Me acho um nada
nas tantas dúvidas
soberba
e estúpida
nessa nem tão minha
inconsistência

E me perco fria
Invisível
Insólita
cravada e mais
Com a tua ausência...

Um comentário:

Jorge Pinheiro disse...

Lindo!!